ROMA – Mais de 2 mil imigrantes foram resgatados de barcos no Mar Mediterrâneo nesta sexta-feira, informou a Guarda Costeira da Itália. A Marinha achou ainda 45 corpos de refugiados mortos num naufrágio no dia anterior. Os números de incidentes no mar aumentaram pelo terceiro ano consecutivo às vésperas do verão do hemisfério Norte.
Cerca de 14 mil pessoas foram retiradas de embarcações muitas vezes precárias ao longo desta semana, disseram a Guarda Costeira e a Organização das Nações Unidas (ONU), e centenas podem ter se afogado, acrescentaram sobreviventes e tripulantes de barcos, embora não haja estimativas oficiais de fatalidades.
O Vega, um navio da Marinha italiana, retirou cerca de 130 pessoas de um grande bote de borracha “meio submerso” ? uma das 17 operações coordenadas pela Guarda Costeira nesta sexta-feira. Não surgiram detalhes de quantos estavam no bote antes de ele desinflar.
A Guarda Costeira disse que o clima mais quente e os mares mais calmos provocaram um aumento no número de pessoas que tentam cruzar o mar saindo da Líbia, onde os traficantes de pessoas agem com relativa impunidade. A quantidade de imigrantes chegando à Itália é comparável à do mesmo período dos dois últimos anos. Os imigrantes ? muitos dos quais não sabem nadar e não têm coletes salva-vidas ? pagam centenas ou milhares de dólares para fazer a travessia.
? Três naufrágios em três dias é muito inquietante. Estamos vendo chegar barcos de pesca de muito má qualidade ? declarou à AFP Carlotta Sami, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur).
As mensagens de alerta se sucedem desde a segunda-feira por rádios da Marinha e navios mercantes que cruzam o Mediterrâneo. Em cinco dias foram resgatados 12 mil imigrantes, algo nunca visto.
? É excepcional, estamos quase no nível das ilhas gregas no ano passado”, quando milhares de imigrantes chegavam diariamente através da Turquia, explicou Flavio di Giacomo, porta-voz na Itália da Organização Internacional para as Migrações (OIM).