RIO Vencedor do Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim, em fevereiro, o documentário “Fogo no mar” será o representante italiano na disputa pelo Oscar de filme estrangeiro. O longa de Gianfranco Rosi registra o cotidiano em Lampedusa, ilha no meio do caminho entre o Norte da África e a Itália e um dos principais cenários da crise dos refugiados na Europa.
“Fogo no mar” já foi exibido no Brasil, em abril, como parte da programação do festival “É tudo verdade”. A narrativa do filme é centrada na figura de Samuele, um garoto de 12 anos que gosta de caçar passarinhos e brincar com seu estilingue, e sua relação com outros personagens da ilha, como os colegas da escola, a família e os pescadores da região. O dia a dia idílico desses personagens constrastam com as sequências que documentam pedidos de ajuda de navios à deriva no mar e de socorro às vítimas de naufrágios de refugiados na costa.
Entre tantos filmes diferentes e eletrizantes, ficamos particularmente impressionados com a compaixão de um deles. O Urso de Ouro vai para um filme que toca no coração da Berlinale deste ano, e que mostra o que um documentário é capaz de fazer, que nos obriga a agir, porque é urgente justificou a atriz americana Meryl Streep, que presidiu o júri do Festival de Berlim, no começo do ano.
Ao longo da história, 28 longas italianos foram indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Com 14 vitórias, a Itália levou mais estatuetas nesta categoria do que qualquer outro país. O cineasta Federico Fellini ganhou quatro, mais do que qualquer outro diretor. O último a vencer foi “A grande beleza”, de Paolo Sorrentino, em 2014.
Nas últimas semanas, outros países também anunciaram seus concorrentes. O Brasil, por exemplo, vai de “Pequeno segredo”, de David Schürmann, que causou frenesi ao superar “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. “The salesman”, de Asghar Farhadi, será o representante do Irã, enquanto o Chile indicou “Neruda”, de Pablo Larraín.