Cotidiano

Investimento estrangeiro direto para o Brasil recua mais que a média global em 2016

GENEBRA – O volume de investimentos internacionais direcionados ao Brasil despencou 23% em 2016, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). A queda no fluxo do chamado Investimento Estrangeiro Direto (IED) foi mais acentuada que a média global, de 13%. Apesar disso, o país continua a figurar entre as dez economias que mais recebem dinheiro do exterior, com US$ 50 bilhões no ano passado.

No mundo, o ritmo foi menor que o do ano anterior. Em 2015, o recuo havia sido de 16,3%. A Unctad atribuiu o resultado à lentidão da economia global. O fluxo total de IED no ano passado ficou em US$ 1,52 trilhão.

Segundo o secretário-geral da Unctad, Mukhisa Kituyi, o resultado do ano passado reflete a dificuldade de recuperação da economia mundial. Ele destacou a forte queda (-9%) no fluxo de investimentos para projetos industriais, que fechou 2016 em US$ 291 bilhões, considerando todos os setores.

?A recuperação do IED continua ao longo de uma estrada acidentada. Particularmente preocupante é a queda acentuada nos projetos de investimento em produtos manufaturados, que têm um papel tão importante em gerar necessárias melhoras de produtividade em economistas em desenvolvimento?, destacou Kituyi, em comunicado.

A expectativa da organização, no entanto, é de recuperação neste ano. A alta, no entanto, não será suficiente para recuperar as perdas do ano passado. Além disso, dependem do desenvolvimento das políticas econômicas.

?Olhando para frente, os fundamentos econômicos apontam para um potencial avanço nos fluxos de IED de cerca de 10% em 2017. No entanto, incertezas significantes sobre a forma do desenvolvimento de políticas econômicas podem prejudicar o IED no curto prazo?.