BRASÍLIA – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se reunirão nesta quarta-feira com os líderes dos partidos para fechar o rito do julgamento final, que começará dia 25.
Renan e os líderes defenderão no encontro que o julgamento continue no final de semana – dias 27 e 28 -, com a oitiva das testemunhas de acusação e defesa. Renan e os líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e do DEM, Ronaldo Caiado, defenderam a sugestão.
O líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), disse que não há problema em trabalhar no sábado. A estratégia é convencer o presidente Lewandowski, que inicialmente não quer realizar sessões no final de semana. Mas, como seria uma decisão de todo o Senado, ele seria levado a aceitar a proposta. No dia da votação da pronúncia, Lewandowski foi firme, mas aceitou várias ponderações dos senadores. Integrantes do Senado e do STF disseram que a pressão de Renan é grande. Segundo interlocutores de Lewandowski, tudo será acertado no encontro de hoje pela manhã
Para agilizar o julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff, os autores do pedido de impeachment informaram ao Senado que estão desistindo de uma das três testemunhas arroladas na semana passada. Em carta, o jurista Miguel Reale Júnior e outros advogados desistiram de ouvir Leonardo Rodrigues Albernaz, auditor federal de Controle Externo da Secretaria de Macroavaliação Governamental do Tribunal de Contas da União (TCU). No documento, a acusação argumenta que “a prova documental, pericial e testemunhal já está bastante robusta”.
A acusação contesta ainda a escolha de duas testemunhas pela defesa: do economista e professor Luiz Gonzaga Belluzzo e do professor Geraldo Prado. Segundo a acusação, só podem ser testemunhas na fase final quem teve “algum contato com os fatos”, o que não é o caso.