BRASÍLIA – O novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse que a saída do Reino Unido da União Europeia (apelidada de Brexit) é um risco relevante para a economia brasileira. Em sua primeira entrevista coletiva, ele citou ainda que o risco político interno também pesa na construção dos cenários. Ele evitou relacionar a possível volta da presidente Dilma Rousseff ao poder com uma piora das perspectivas, mas ressaltou que a mudança de governo já melhorou o ambiente econômico.
Eu não vou comentar questões políticas aqui. Esse nosso papel aqui é técnico. Os dois (fatores internos e externos) são relevantes. Uma parte concordo que uma parte relevante da queda do risco foi a mudança de visão do Brasil em termos de ajuste, mas também é verdade que os prêmios de risco também são afetados por fatores externos _ ponderou Ilan, que completou:
_ Os fatos internos hoje, no Brasil, são muito relevantes, mas dependem, como toda a economia, dos fatores globais.
Para o presidente do BC, os bancos centrais ao redor do mundo têm contido os efeitos de curto prazo do Brexit. No entanto, ele alerta: haverá impacto de médio prazo no crescimento.
Ilan disse ainda que o BC fará o que for preciso para alcançar o centro da meta no ano que vem. Disse que essa meta é ambiciosa e crível ao mesmo tempo. Ambiciosa, porque a inflação de 2015 foi de 10,67%. E crível porque a projeção para a inflação para 2017 já está em 4,7%.
_ Temos condições de atingir o centro da meta em 2017. Muito se falou em metas ajustadas. Já nao parece ser esse caso o momento _ destacou.