SAN DIEGO – A pré-candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton atacou seu adversário republicano, Donald Trump, de representar “um erro histórico” caso eleito presidente. Com experiência enquanto chefe da diplomacia do país por quatro anos, a ex-secretária de Estado declarou que a política externa dele é perigosamente incoerente.
? Seu temperamento é inadequado para ocupar um acordo que requer conhecimento, estabilidade e imensa responsabilidade ? alfinetou Hillary num discurso em San Diego, elevando o tom do que já é uma campanha profundamente ácida. ? É alguém que nunca deveria ter os códigos nucleares. Hillary & Trump
Durante a fala, Hillary destacou que políticas propostas por Trump como um muro no México e a proibição à entrada de muçulmanos vão de encontro aos princípios da diplomacia americana.
A pré-candidata iniciou nesta quinta-feira uma ofensiva para tentar vencer de maneira categórica a primária da Califórnia, no último episódio da batalha interna do Partido Democrata, que se mostrou muito mais difícil que o previsto. A ex-secretária de Estado decidiu utilizar uma carta importante: seu marido, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001), também vai pedir votos aos eleitores californianos para Hillary possa conquistar a indicação democrata em grande estilo na próxima terça-feira.
Antes do início da campanha eleitoral, a nomeação da ex-primeira-dama – apoia pela liderança do partido e por doações bilionárias – era considerada algo tranquilo. Mas o senador Bernie Sanders, com um discurso que bate na acomodação do Partido Democrata e sem apoios milionários, mostrou que existe uma importante corrente insatisfeita em todo o país, o que o transformou em um rival duro para ela.
Várias pesquisas indicam que Hillary, apesar da resistência de parte importante do eleitorado democrata, deve sair vitoriosa da primária na Califórnia, mas ela precisa de um triunfo categórico para mostrar que tem a liderança real da disputa interna.
Em cinco pontos, a política externa de Donald Trump
Como os democratas distribuem os delegados de forma proporcional, com os delegados que conquistar na terça-feira nas primárias da Califórnia, Nova Jersey, Montana, Novo México e Dakota do Sul, Hillary deve liquidar o pleito.
A ex-secretária de Estado chegou a ter uma vantagem de 12% sobre Trump nas pesquisas, mas a diferença sumiu e atualmente está dentro da margem de erro. Algumas sondagens, inclusive, já mostram Donald Trump na liderança. As mesmas pesquisas mostram que Sanders poderia derrotar Trump por 10 pontos percentuais.
Desta maneira, a esperança de Sanders é que os ‘superdelegados’ decidam apoiar não o pré-candidato com mais delegados na disputa interna, e sim aquele com mais possibilidades de derrotar Trump.