VOLTA REDONDA – A campanha nacional de vacinação contra H1N1 termina nesta sexta-feira na rede pública, mas muitos do grupo de risco (idosos, crianças de seis meses a menores de 5 anos, trabalhadores de saúde, mulheres grávidas e até 45 dias após o parto e portadoras de doenças crônicas) ainda não conseguiram se imunizar no Sul Fluminense, devido à grande procura e a quantidade de doses fornecida pelo governo do estado. Desde o primeiro dia de campanha, quem procurava pela vacina nos postos da região teve dificuldades para se imunizar porque o imunizante acabava rapidamente. A rede particular também teve problemas de abastecimento. Gripe H1N1 – 20/05
A dona de casa Liliane Piccoli, moradora do bairro Santo Agostinho, reclamou da falta de vacina no posto do bairro Volta Grande. Ela diz que, desde o segundo dia da campanha, tenta levar o filho de 4 anos para tomar a vacina, mas não conseguiu.
Tenho levado meu filho desde o segundo dia de campanha. Quando chego ao posto, já tinha acabado. Isso se repetiu outro dia, e funcionários informaram que na semana seguinte teria. Retornei, mas a vacina não tinha chegado. Esta sexta é o último dia, e o que vou fazer se nem na rede particular tem? indagou.
Carlos Alexandre Reis, de 62 anos, morador do mesmo bairro, comentou que compareceu nesta quinta-feira ao posto do bairro e, mais uma vez, não tinha vacina.
Fui algumas vezes ao posto e retornei na esperança de ser imunizado antes do término da campanha, porém não tinha mais uma vez a vacina. Eu e vários idosos do bairro não conseguimos. É triste, lamentável, um desrespeito com a comunidade disse.
Em Barra Mansa, desde a manhã de quinta penúltimo dia da campanha filas enormes se formaram em postos de saúde dos bairros. Idosos, crianças e doentes crônicos tentavam se imunizar mas nem todos conseguiram. Numa unidade no Centro, na Rua Cristóvão Leal, 250 senhas foram distribuídas, mas as doses distribuídas foram insuficientes. A fila chegou a dobrar a esquina. Houve tumulto, e insatisfação por parte de quem não conseguiu se imunizar.
Em nota, a secretaria de Saúde de Volta Redonda informou que a meta de vacinar 80% do público-alvo já foi alcançada, restando ainda alguns dados a serem inseridos no sistema. O município informou que recebeu os lotes de doses estabelecidos pelo ministério. A nota informou ainda que não há mais vacinas nas unidades do município.
Barra Mansa também informou que a meta de vacinar o público-alvo foi alcançada, com aproximadamente 40 mil pessoas imunizadas. Já Resende divulgou que foram atingidos 70% do público-alvo. A cidade tem o maior número de mortes por H1N1 no Sul Fluminense. Foram seis até esta quinta-feira.
FALTA DE VACINAS NA REDE PARTICULAR
E não é só a rede pública que sofre com a falta das vacinas, clínicas particulares também estão sem as doses. O dono de uma central de vacinas numa clínica no bairro Niterói, em Volta Redonda, Artur Fernandes, disse que a vacinação foi suspensa há três semanas devido à falta de estoque dos laboratórios.
Segundo os produtores da vacina, os estoques para o Brasil acabaram. Apenas um dos laboratórios entregará no fim de julho disse Fernandes, completando que quem ainda quiser se vacinar deverá encontrar na rede particular do Rio, pois algumas franquias compraram uma quantidade maior de doses.
Fernandes destacou que, se o laboratório retomar o fornecimento das doses, a vacinação na clínica deverá voltar em julho. Ele preferiu não divulgar quantas pessoas foram imunizadas na central de vacinas, e se limitou a dizer que pessoas não atendidas na campanha da rede pública foram as que mais procuraram se prevenir da doença.
Numa sala de vacinação particular no Centro de Barra Mansa, a aplicação de vacinas foi suspensa há um mês, por um problema no fornecimento dos laboratórios responsáveis. A imunização começou em 12 de abril e terminou no fim do mesmo mês. Nesse período, foram vacinadas 800 pessoas. Quem procura pela vacina é orientado a preencher uma ficha no site da empresa e aguardar pelo contato.
H1N1 MATOU 12 NO MÉDIO PARAÍBA
A doença já matou 12 pessoas no Médio Paraíba. Foram seis em Resende (uma moradora de Porto Real), três em Volta Redonda, uma em Piraí, Valença e Três Rios. O último caso confirmado foi o de uma mulher de 27 anos que morreu após dar à luz a um menino no último dia 2, na Associação de Proteção à Maternidade e Infância de Resende (Apmir). O bebê passa bem.