Cotidiano

Grupos de ódio anti-muçulmanos triplicam em um ano nos EUA

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WASHINGTON ? Os grupos de ódio contra muçulmanos triplicaram em apenas um ano nos Estados Unidos. De acordo com a organização Southern Poverty Law Center, o número de facções aumentou de 34 para mais de 100 no país em 2016. Em um novo relatório, a ONG atribui o aumento do sentimento islamofóbico ao discurso incendiário da campanha do presidente dos EUA, Donald Trump. As reações contra ataques terroristas, como o tiroteio na boate de Orlando, em julho do ano passado, também influenciaram no surgimento de novos grupos de intolerância nos EUA.

O autor principal do relatório, Mark Potok, declarou que muitos cargos importantes da Casa Branca estão sendo ocupados por líderes anti-muçulmanos, como os assessores presidenciais Steve Bannon, Stephen Miller e Kellyanne Conway.

? É bem difícil de que a saída de Michael Flynn vá atenuar os ataques contra muçulmanos americanos ? disse Potok.

O ex-Conselheiro de Segurança Nacional, que deixou o cargo na segunda-feira, já fez diversas declarações islamofóbicas e declarou, no seu Twitter, que ?o medo de muçulmanos é racional?.

No total, a ONG Southern Poverty aponta que há mais de 900 organizações de ódio espalhadas pelos Estados Unidos. Dentre eles, estão desde grupos defensores da supremacia branca, como a Ku Klux Klan, a facções separatistas. O número significa um aumento de 3% em relação a 2015 e é um pouco menor do que em 2011, quando os grupos chegaram a 1018.

Desde da campanha presidencial, Trump adotou um tom altamente islamofóbico no seu discurso. Em seus comícios, prometeu banir a entrada de todos os muçulmanos nos EUA. E, já em uma de suas primeiras medidas na Presidência, proibiu a entrada de refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana. Mas a ordem executiva acabou derrubada pela Justiça federal provisoriamente e, agora, o presidente trava uma batalha na Justiça na tentativa de reestabelecer o seu decreto