BRASÍLIA – Após reunião com centrais sindicais para discutir a reforma da Previdência, o governo vai criar um grupo de trabalho com sindicalistas que terá um mês para formular uma proposta. A coordenação será feita pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e terá dois representantes de cada central sindical.
Estiveram presentes na reunião na tarde desta segunda-feira para tratar sobre o tema: Antonio Neto (Centrais Sindicais Brasileiras), José Calixto Ramos (Nova Central Sindical de Trabalhadores), Ricardo Patah (União Geral dos Trabalhadores) e Paulinho da Força (Força Sindical). Eles foram recebidos pelo presidente interino Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Ronaldo Nogueira (Trabalho) e Henrique Meirelles (Fazenda).
Nesta terça-feira, serão indicados os representantes de cada central, e na quarta-feira, às 9h, acontecerá a primeira reunião do grupo, no Palácio do Planalto.
Os presidentes da Central Única dos Trabalhadores e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, alinhados ao PT e ao PC do B, recusaram-se a ir para o encontro no Planalto, alegando que o governo interino é “golpista.
O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (SD-SP), disse após a reunião que não aceita reforma da Previdência para quem já está no mercado de trabalho. Segundo ele, só há acordo se a reforma começar a valer para quem ainda está para entrar no mercado, algo para 2050. Caso o governo Temer insista em enviar para o Congresso uma medida diferente, Paulinho ameaça se juntar com a CUT e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil para tentar barrar o projeto.
Já Antonio Neto, presidente das Centrais Sindicais Brasileiras (CSB), disse que Temer garantiu que os direitos de quem já está no mercado de trabalho serão mantidos, e que o governo precisará “convencer” as centrais sindicais a concordarem com a reforma da Previdência.
? O presidente (Michel Temer) repete inclusive aquilo que foi o discurso dele. Ele não mexerá naquilo que são direitos garantidos dos trabalhadores ? disse Neto, e completou:
? Toda vez que troca de governo, a primeira coisa que vem é: “Vamos discutir a reforma da Previdência, vamos discutir a reforma trabalhista”. Chegou a hora de a gente dar um basta nisso definitivamente.
O encontro proposto por Temer acontece após a repercussão negativa de propostas de mudanças na Previdência feitas por seus ministros. Henrique Meirelles (Fazenda) e Eliseu Padilha (Casa Civil) declararam, na semana passada, que o governo adotará a idade mínima ou aumentará o tempo de contribuição para resolver o déficit crescente na área.