BRASÍLIA – Após a revelação da delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho, que arrastou as cúpulas do Palácio do Planalto e do PMDB do Senado para o centro da Lava-Jato, peeemdebistas avaliam a possibilidade de pedir a anulação da delação por ter sido vazada antes mesmo da homologação pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Além de discutir os efeitos da denúncia e traçar uma reação a ela, o presidente Michel Temer está preocupado que a delação afete a votação das medidas de ajuste fiscal em tramitação no Congresso.
Em reunião, no fim da tarde deste domingo, no Jaburu, como antecipou o Blog do Moreno, Temer quer mostrar que o governo não ficou paralisado diante das denúncias da Odebrecht e quer garantir a aprovação da PEC do teto e da LDO de 2017, e do Orçamento se houver tempo, nesta última semana de trabalho do Legislativo.
Segundo integrantes do Palácio do Planalto, a prioridade é aprovar o projeto que limita os gastos públicos na terça-feira, dia 13, e, sem seguida, a LDO, em sessão do Congresso. O texto principal da LDO foi aprovado em agosto deste ano, mas faltam três destaques. A preocupação do Planalto é que sem a lei de diretrizes orçamentárias não há regras que permitam gastos no ano que vem, além de fixar a meta fiscal de um déficit da União em R$ 139 bilhões.
Temer anda irritado com a má comunicação do governo e quer reforçar respostas a delações e a críticas às medidas do governo, como a PEC do Teto, que foi apelidada pela oposição de “PEC da morte” e a Reforma da Previdência.