Cotidiano

Governador do Pará defende filho preso pela PF e ataca família Barbalho

BRASÍLIA – O governador do Pará, Simão Jatene, saiu em defesa de seu filho, Alberto Jatene, preso na última sexta-feira em decorrência da Operação Timóteo. Jatene negou irregularidades envolvendo o governo ou o filho, e disparou críticas contra o grupo liderado pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que estaria usando os veículos de comunicação da família para atacá-lo. Alberto já foi liberado da prisão temporária.

Na última sexta-feira, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação em 11 estados e no Distrito Federal contra uma organização criminosa investigada por esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral. Segundo a PF, o grupo fraudava os valores devidos por mineradoras a municípios. A Vale estaria entre as empresas prejudicadas. O Pará é um dos maiores produtores de minério do país. Além de prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva. Entre os alvos de condução coercitiva estava o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus.

? Como pai, não posso deixar já de início de registrar a profunda dor e estranheza que me causou ver o nome de um filho, cuja história não sugere ou registre qualquer desvio de conduta, figurar na referida operação. Preocupado em ser justo, e não fugir da verdade, fiz questão de ler centenas de páginas, para constatar que meu filho Alberto é mencionado poucas vezes, e de forma absolutamente superficial, como se mostrará adiante ? disse o governador paraense em vídeo publicado no Facebook.

Segundo o governador, os motivos que levaram à prisão foram equivocados e poderiam ter sido esclarecidos por meio de um depoimento à polícia.

? Sem qualquer antecedente criminal, tendo família constituída, endereço fixo definido e histórico pessoal e familiar irreparável, meu filho Alberto teve pedido de prisão temporária decretada, pelo fato de terem sidos identificados dois depósitos feitos por alguém sob investigação nas contas de duas empresas das quais não é sequer o sócio administrador ? acrescentou.

Simão Jatene também defendeu o governo chefiado por ele, dizendo que nenhum órgão ou secretaria foi citado na operação. Afirmou ainda que, em 48 anos de vida pública, nada fez que o envergonhasse.

? Como governador, considerando que nenhum órgão ou secretaria de Estado foi sequer citado ou está envolvido na operação, tenho pouco a dizer, a não ser desejar que a mesma, além de esclarecer sobre o uso dos recursos, contribua para mostrar a necessidade de revisão da legislação que trata da matéria, a qual sempre achei insuficiente e injusta com os Estados mineradores ? afirmou Jatene.

Ele também atacou o clã Barbalho.

? Tenho que reconhecer que foram o poder e as práticas desse tipo político que nos trouxeram a esses tempos estranhos, nos quais a presunção de inocência, princípio básico para a vida em sociedade, vem sendo transformada em presunção de culpa ? disse Jatene.

Apesar das críticas, o governador terminou o vídeo defendendo a realização de investigações para desvendar esquemas de corrupção e agradecendo as “incontáveis manifestações de solidariedade”.