BRASÍLIA – Geddel Vieira Lima deixou na manhã desta sexta-feira o cargo de ministro da Secretaria de Governo sem a convicção de que fez algo errado. A pressão sobre o ex-colega Marcelo Calero, que pediu demissão do Ministério da Cultura após ter sido alvo de pedido pouco republicano do peemedebista baiano não seria um motivo grave para deixar o governo Temer.
Somente depois de Temer ser envolvido por Calero em depoimento à Polícia Federal é que Geddel resolveu pedir para sair, mas segundo pessoas próximas a ele, não como um atestado de culpa, mas para preservar o governo e Temer. Geddel se sentia respaldado pelo Congresso, em especial pelos deputados da base aliada que chegaram até a fazer um manifesto em sua defesa e de sua permanência no governo.
A construção da demissão de Geddel por peemedebistas próximos ganhou força na tarde de ontem e entrou a madrugada. Já em Salvador, Geddel conversou várias vezes por telefone com Temer para definir sua situação. Antes de mandar para o presidente o e-mail em que diz que é hora de sair, comunicou por telefone a decisão a Temer.
? Ele mantém a posição que não fez nada de errado, mas se permanecesse no cargo, seria cobrado a todo instante e deixaria o governo na mesma posição de ter que se defender o tempo inteiro. A avaliação é que o assunto ganhou uma dimensão maior do que se pensou inicialmente ? disse uma pessoa próxima ao ex-ministro.