Cotidiano

Garotinho recebeu R$ 3 mi em contrato fictício da JBS

Rio de Janeiro – O empresário André Luiz da Silva Rodrigues informou ao Ministério Público Eleitoral que a empresa Ocean Link Solutions Ltda. realizou um contrato simulado com a JBS para viabilizar a doação de R$ 3 milhões para a campanha do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR). Rodrigues procurou a Polícia Federal para fazer a delação, que embasou a prisão preventiva de Garotinho, de sua esposa Rosinha Garotinho e de outras sete pessoas ontem.

Outro preso foi Ney Flores Braga, um dos responsáveis pela arrecadação de dinheiro para a campanha de Garotinho em 2014. O delator contou que, em reunião determinada pelo ex-governador, alguém da empresa JBS faria contato sicom o empresário Brauny, seu sócio na empresa Ocean Link, para tratar de uma contratação.

Segundo o MPE, Rodrigues contou que o negócio foi firmado tempo depois, “restando esclarecido posteriormente que o contrato entre a Ocean Link e a JBS seria simulado com vistas a transferir, mediante conta bancária e nota fiscal fria, R$ 3 milhões que deveriam ser repassados para o réu Anthony Garotinho utilizar em sua campanha eleitoral para o governo do Estado do Rio de Janeiro”, diz, na denúncia.

Garotinho foi preso na manhã de ontem e encaminhado para a sede da Polícia Federal no Rio e depois para o IML (Instituto Médico Legal). Rosinha foi levada para a sede da PF no Município de Campos.

Justiça decreta prisão do presidente do PR

A Justiça Eleitoral de Campos dos Goytacazes, norte fluminense, pediu a prisão preventiva de Antônio Carlos Rodrigues, presidente nacional do PR (Partido da República) e ex-ministro dos Transportes, na operação que levou à cadeia Anthony e Rosinha Garotinho ontem.

Segundo a denúncia do Ministério Público Eleitoral, ele e Anthony Garotinho, presidente estadual do PR, exerciam poder na condução de estratégias políticas e captação de recursos financeiros, “principalmente para a prática de caixa dois”.