RIO ? O governo australiano se disse ?profundamente desapontado? com o Japão, após um grupo ativista ter divulgado imagens que mostram que navios japoneses continuam caçando baleias no oceano Antártico, dois dias após líderes dos dois países terem discutido o assunto.
Há tempos que a Austrália se opõe à caça de baleia promovida pelo Japão, e a questão esteve na pauta do encontro entre o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, e seu colega japonês, Shinzo Abe, em Sidney, no último sábado. Mas no domingo, o grupo Sea Shepherd divulgou fotografias mostrando uma baleia minke morta, no deque de um navio baleeiro japonês, que estaria caçando num santuário australiano na costa da Antártica.
? O governo australiano está profundamente desapontado que o Japão tenha decidido retornar ao oceano Antártico neste verão para realizar a chamada caça de baleia ?científica? ? disse o ministro de Meio Ambiente da Austrália, Josh Frydenberg, nesta segunda-feira. ? Não é necessário matar baleias para estudá-las.
Em uma ação movida pela Austrália, a Corte Internacional de Justiça decidiu em 2014 que o Japão deveria encerrar a caça de baleias no oceano Antártico. Os navios baleeiros chegaram a suspender a caça durante uma temporada, mas retornaram em 2015. Em comentário à Reuter, o ministro de Relações Exteriores australiano, Julie Bishop, informou que irá continuar a questionar a prática.
O Japão alega que a maioria das espécies de baleia não estão em risco e que o consumo de carne desse mamífero faz parte da cultura. Em 1987, o país começou a chamada caça de baleia para fins científicos, um ano após uma moratória internacional entrar em vigor.