Cotidiano

Forças iraquianas se aproximam da cidade antiga de Nimrud, perto de Mossul

BAGDÁ – As forças iraquianas avançavam nesta quinta-feira na direção da cidade antiga de Nimrud, situada perto de Mossul e nas mãos do grupo Estado Islâmico (EI), enquanto uma tempestade de areia freava a ofensiva em Raqqa, o reduto extremista na Síria.

Ninrud é uma joia do império assírio, fundada no século 13 antes de Cristo às margens do rio Tigre. Em 2015, os extremistas destruíram nesta cidade vários sítios arqueológicos.

Unidades da 9ª divisão blindada de Hashd al Achaeri começam a avançar para libertar as localidade de Abbas Rajab e Al Nomaniyah, perto de Nimrud, segundo o comando iraquiano.

O exército não indicou se as forças de segurança tinham a intenção de chegar até Nimrud, que fica a 30 quilômetros de Mossul, a segunda cidade do Iraque e principal reduto do EI, e também o alvo da grande ofensiva lançada pelas forças iraquianas e curdas em 17 de outubro passado.

Segundo vários vídeos divulgados há alguns meses, o EI destruiu com escavadeiras e explosivos alguns dos monumentos mais notáveis, entre eles o tempo de Nabu, de 2.800 anos de idade e dedicado ao deus mesopotâmio da sabedoria e da escrita. O grupo extremista também destruiu, total ou parcialmente, vários sítios arqueológicos tanto no Iraque quanto na Síria. O EI condena a idolatria e por isso destrói as estátuas que representam seres humanos ou animais. O grupo extremista também tem se dedicado ao tráfico de peças arqueológicas para financiar suas operações militares.

Além disso, a ofensiva para retomar Mossul freou a sua progressão, uma vez que as forças iraquianas enfrentam uma feroz resistência dos extremistas, especialmente nos bairros orientais da cidade, habitados principalmente por muçulmanos sunitas.

A Anistia Internacional pediu a Bagdá para investigar as alegações de que combatentes em uniforme da polícia federal torturaram e executaram extrajudicialmente seis pessoas feitas prisioneiras.

TEMPESTADE DE AREIA

A cerca de 400 quilômetros a oeste, do outro lado da fronteira, a ofensiva das forças curdas aliadas com rebeldes apoiadas por Washington para recuperar Raqqa é perturbada por uma tempestade de areia.

? A situação é perigosa hoje porque não há visibilidade nesta região desértica por causa da tempestade de areia ? disse uma autoridade que pediu anonimato em Aïn Issa, a 50 quilômetros ao norte de Raqqa. ? Tememos que o Estado Islâmico aproveite a oportunidade para se infiltrar e lançar um contra-ataque ? acrescentou o militar.

A tempestade prejudica a visibilidade da aviação da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos que suporta apoia a “Cólera do Eufrates”, nome da ofensiva contra Raqqa.