WASHINGTON – A Fiat Chrysler foi acusada nesta quinta-feira pelas autoridades americanas de ter adulterado os motores de 104 mil de seus veículos a diesel nos Estados Unidos para minimizar o nível real das emissões poluentes, utilizando um estratagema similar ao empregado pela Volkswagen.
O grupo ítalo-americano teria instalado em seus modelos Jeep Cherokee e nas caminhonetes pick-ups Dodge Ram 500, fabricadas entre 2014 e 2016, programas que falsificam o resultado dos testes antipoluição para fazer os veículos passarem como menos poluentes, informou a Agência de Proteção do Meio Ambiente dos Estados Unidos (EPA).
?O fato de dissimular um programa que afeta as emissões num motor constitui uma grave violação da lei que pode se traduzir em uma contaminação nefasta do ar que respiramos?, comentou Cynthia Giles, uma das funcionárias da EPA em comunicado.
Segundo a agência, os veículos afetados teriam emitido muito óxido de nitrogênio, gás ao qual se atribui várias doenças respiratórias.
A unidade americana do grupo Fiat Chrysler rejeitou imediatamente as acusações em nota, pela qual negou ter instalado ?programas manipuladores? nos carros.
?A FCA US espera com impaciência demonstrar (…) que sua estratégia de controle de emissões está corretamente justificada e não se assemelha a um ?programa manipulador??, assegura o grupo, que reitera ter interesse em se justificar diante da ?futura gestão? americana, do presidente eleito Donald Trump.
Em Wall Street, as ações da Fiat Chrysler foram suspensas após caírem mais de 16% logo após a notícia. Em Milão, o papel da companhia caía cerca de 18%.
Para sair do escândalo do “dieselgate”, o grupo alemão Volkswagen admitiu na quarta-feira sua culpabilidade na fraude nos Estados Unidos e deverá desembolsar um total de cerca de US$ 22 bilhões em multas e indenizações.