Palotina – Se por um lado a China é a maior fornecedora de produtos importados para a maioria das cidades do oeste com atividade na balança comercial, por outro a proposta comercial se revela bilateral e são os chineses os principais compradores do oeste do Paraná.
Os quatro principais exportadores da região – Cascavel, Palotina, Cafelândia e Matelândia -, que responderam por 71% de todas as vendas para outros países no primeiro bimestre deste ano, têm no país asiático seu principal consumidor. Segundo o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), de cada três dólares em transações comerciais nesses municípios, ao menos um vem da China. Isso significa que a Terra do Sol é responsável por US$ 50 milhões dos US$ 170 milhões exportados por esses municípios em dois meses.
O principal produto comprado por eles, esclarece o secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, é a carne, sobretudo a de frango. “Este excelente desempenho que alcançamos com relação às exportações em 2017 vai se repetir este ano e muito disso se deve à China. Nossas relações comerciais são muito boas e estão aumentando. A tendência é para que esse volume cresça ainda mais em 2018”, reforça.
E esta tendência se confirma mês após mês. O volume financeiro vendido ao país asiático nos primeiros dois meses deste ano é 44% maior do que o do mesmo período de 2017, o que na época já foi considerado um recorde chegando então os US$ 34,7 milhões. “Não tenho dúvida de que esta marca vai aumentar ainda mais neste ano. Eles são excelentes compradores e absorvem parte significativa da produção paranaense. O que se vê no oeste se repete em todo o Paraná”, segue o secretário.
Em Cascavel, a maior cidade exportadora do oeste e a sexta no ranking estadual, o mercado chinês leva 27% dos produtos exportados, seguido pela Arábia Saudita (12,3% – US$ 6,6 milhões) e pelo Paraguai (10,7% – US$ 4,6 milhões).
O que se repete, no caso das maiores cidades exportadoras, é que todas têm a China como o principal mercado e os demais compradores na lista se diferem de forma expressiva. Este é o caso de Palotina, onde os chineses foram responsáveis por 36,12% do volume financeiro das exportações (US$ 15,5 milhões) deste ano, seguida pelo Reino Unido (US$ 7 milhões e 16,51%) e pelo México (US$ 5,5 milhões e 13%).
Em Cafelândia a China responde por 22,46% das compras (US$ 8,9 milhões); o Japão vem em seguida, com quase US$ 5,5 milhões em produtos adquiridos respondendo assim por 13,75% deste mercado, e a África do Sul comprou US$ 4,3 milhões e 11%.
Em Matelândia, depois da China, que consome quase 33% das exportações locais (US$ 11 milhões), vêm a Coreia do Sul (US$ 3,6 milhões e 10,8%) e a Rússia (US$ 3,3 milhões e 10%).
Região tem recorde histórico no saldo comercial
Se 2017 foi um ano especialmente importante às exportações regionais, 2018 começou bem e batendo recordes. Os 29 municípios da região com alguma transação comercial externa venderam para outros países no primeiro bimestre deste ano, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, quase US$ 241 milhões, 12% a mais que no mesmo período do ano passado.
Por outro lado, as importações que vêm registrando queda expressiva mês após mês, despencaram 33% nos primeiros meses deste ano, em comparação com igual período em 2017, baixando de US$ 124,6 milhões para US$ 83,1 milhões.
O resultado disso é um saldo histórico da balança comercial na região de US$ 157,7 milhões, número 75% maior que o registrado nos primeiros dois meses do ano passado quando este volume alcançou US$ 90,3 milhões. Entre as justificativas dadas por especialistas está uma menor dependência dos produtos trazidos de fora e que podem ser substituídos por produtos nacionais, como alguns compostos para a produção de adubo, por exemplo. Este tem sido o principal produto trazido de outros países para a região.