FORTALEZA – O ex-senador Inácio Arruda (PCdoB), atual secretário de Ciência e Tecnologia do governo do estado do Ceará, e integrantes de sua família se envolveram em uma confusão neste domingo de votação na capital cearense. Segundo relatos, eles foram alvo de agressão por parte de policiais militares, após uma denúncia de que a filha do senador, a médica Nara Arruda, com colegas militantes, estariam fazendo boca de urna. O senador é aliado do governador Camilo Santana (PT), e está na coligação que apoia a reeleição do prefeito da capital, Roberto Cláudio (PDT), que disputará o segundo turno contra o deputado estadual Capitão Wagner (PR).
Imagens registradas por pessoas que estavam no local do incidente mostram Inácio Arruda sendo imobilizado por policiais militares. Ao GLOBO, o ex-senador relatou que sua esposa, a médica Teresinha Braga, e sua filha Nara foram agredidas pelos policiais militares. Ele afirma que sua esposa levou um soco na região do tórax, apertões nos braços e foi empurrada no chão. Já sua filha teve a roupa rasgada, além de também ter levado apertões pelo corpo. Seu filho, que também foi ao local, foi enforcado pelos policiais e houve uso de spray de pimenta, segundo conta o ex-senador.
Inácio acompanhou a filha até a delegacia da Polícia Federal, onde a ocorrência foi registrada. O ex-senador nega que sua filha estivesse fazendo boca de urna e diz que ela estava apenas conversando com um grupo de militantes do PT sobre a possibilidade de aliança no segundo turno desta eleição. A candidata do PT, a deputada federal Luizianne Lins, teve 15% dos votos neste primeiro turno, ficando em terceiro lugar na eleição.
Inácio afirma que registrou uma denúncia na corregedoria da polícia pela agressão e que irá acionar o Ministério Público estadual e federal.
Ele conta ter sido foi informado por aliados que policiais tentavam levar sua filha para a delegacia devido a uma denúncia de que ela estaria fazendo boca de urna no Instituto Federal do Ceará (IFCE), um dos locais de votação em Fortaleza. Quando chegou ao local, Inácio foi imobilizado pelos policiais e diz que tanto sua filha, quanto sua esposa, haviam sido agredidas.
? Foi um episódio lamentável. No final do dia, com a eleição praticamente encerrada, três jovens de um grupo de militantes da União da Juventude Socialista estavam dialogando com duas jovens de outra corrente política, do PT, que estavam em campos opostos nessas eleições. O diálogo foi visto como boca de urna, como tentativa de um convencer o outro. Todos já tinham votado, mas mesmo assim foram abordadas de forma agressiva pelo grupo de policiais ? disse.