SÃO PAULO ? Acusado de receber mais de R$ 7 milhões em um esquema de corrupção montado no Ministério do Planejamento, o ex-ministro Paulo Bernardo chegou à sede da Polícia Federal (PF), na Lapa, Zona Oeste de São Paulo, por volta das 20h40 desta quinta-feira, acompanhado de outros cinco investigados. Dentro de uma van, os seis presos tentaram esconder seus rostos ao avistarem as câmeras de jornalistas. Houve buzinaço em frente à PF.
Ministro do Planejamento no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e das Comunicações no primeiro mandato de Dilma Rousseff, Paulo Bernardo foi preso em Brasília, no apartamento funcional de sua mulher, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), na manhã desta quinta-feira. A Operação Custo Brasil, um desdobramento da 18ª fase da Lava-Jato, investiga o pagamento de R$ 100 milhões de propina, proveniente de contratos de prestação de serviços de informática com a empresa Consist.
Além de Paulo Bernardo, também chegaram à sede da PF em São Paulo na noite desta quinta-feira: Nelson Luiz Oliveira Freitas, diretor de sistemas de informação do setor de RH do Ministério do Planejamento; Emanuel Dantas do Nascimento, sócio da Consucred, que atuaria como lobista; Joaquim José Maranhão da Câmara, também sócio da Consucred; Daisson Silva Portanova, advogado que teria repassado dinheiro do esquema; e Dércio Guedes de Souza, da empresa JD2 Consultoria, teria repassado propina a servidores.
Enquanto aguardavam a chegada dos presos, duas pessoas protestavam em frente à PF, a favor da Operação Lava-Jato. Segurando uma faixa onde se lia ?Apoio à Lava-Jato buzina?, o industrial aposentado Paulo Trivellato, de 52 anos, pedia apoio aos motoristas, que gritavam de ?cadeia neles? a ?vai trabalhar?.