Capitão – Diante de vários impasses criados pelas partes envolvidas, o governo do Estado propôs um recadastramento de todos os proprietários de áreas que serão atingidas pela construção da usina Baixo Iguaçu, no Sudoeste do Paraná. O propósito é levantar se as famílias afetadas querem ser indenizadas, e continuar na terra remanescente; se gostariam de receber indenização total, e deixar o local onde vivem atualmente; ou se preferem trocar a área atual por um novo reassentamento.
Esse levantamento é fundamental para sabermos o desejo das famílias atingidas. Sem ele não chegaremos a um entendimento. São as famílias que devem dizer qual o real interesse delas. A partir disso, será possível buscar as soluções para cada caso, destacou o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, durante reunião ontem, em Curitiba, com integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens e executivos da Neoenergia, empresa responsável pela obra da hidrelétrica.
Rossoni determinou a criação de um grupo de trabalho formado por funcionários da Copel, que vai representar o governo no processo, da Neoenergia e dos proprietários de terras atingidas pela construção da usina para a elaboração de um termo de compromisso que balize as negociações. É preciso realizar esse trabalho no menor prazo possível, com a colaboração de todos. De nossa parte não falta boa vontade para solucionar os impasses e tranquilizar as famílias atingidas, disse.
O chefe da Casa Civil também exigiu que a empresa que realiza a obra apresente, com a máxima urgência, novas opções de áreas de terras agricultáveis para reassentamento de produtores que desejem deixar suas propriedades. Propusemos três vertentes de trabalho para avançar numa negociação que atenda a todos e que deve ser baseada em dados concretos. Sem isso, não vamos chegar a um bom termo, afirmou o chefe da Casa Civil do Governo do Paraná.
A usina
A usina Baixo Iguaçu, com potência de 350 megawatts, deve ser o último empreendimento energético no rio Iguaçu, principal rio paranaense. O investimento é privado e alcança cerca de R$ 1,6 bilhão. A nova usina ficará cerca de 30 quilômetros à jusante (rio abaixo) da Usina Governador José Richa (Salto Caxias) e terá três unidades. A casa de força ficará no município de Capanema, na margem esquerda do rio e a barragem também atinge o território de Capitão Leônidas Marques.