SÃO PAULO – Embora apenas três concorrentes tenham entregado participado do leilão de aerportos realizado nesta manhã em São Paulo, o advogado Massami Uyeda Junior, sócio do escritório Arap, Nishi e Uyeda, que há anos atua na área de infraestrutura, considera que o governo pode ficar satisfeito já que houve interesse por todos os ativos.
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O governo esperava inicialmente a participação de oito grupos. No leilão dos aeroportos de Galeão e Confins, cinco consórcios participaram da disputa, enquanto na concessão de Guarulhos, Brasília e Campinas, foram onze grupos na disputa.
O advogado avalia que os investidores ainda estão muito desanimados com o Brasil, especialmente com os projetos de infraestrutura. A economia em recessão e os recentes riscos políticos deixaram os investidores com as barbas de molho.
– Mesmo com este cenário, houve interesse por todos os aeroportos, e isso supera as expectativas – afirmou.
Havia risco de que o aerporto de Florianópolis não tivesse interessados.
Mas o advogado também avalia que a desistência de alguns grupos, às vésperas do leilão, pode ter sido causada por problemas dos próprios editais.
– Como em rodadas anteriores, havia falta de informações técnicas detalhadas no editais, e alguns dados são precários e pouco confiáveis – analisa Massami.
? São vícios antigos e depois que acontece a concessão os problemas se materializam, como nos aeroportos do Galeão e Guarulhos, em que há pedidos de reequilíbrio financeiro por falta de geração de receita para pagar a outorga ? diz Massami.
Engrossam a lista de problemas, a demora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em analisar os pedidos de equilíbrio econômico-financeiro dos contratos encaminhados pelos concessionários atuais, a indefinição sobre o futuro da Infraero e riscos inerentes aos novos projetos.