Cascavel – Os setores públicos da região envolvendo autarquias, prefeituras, secretarias e departamentos estaduais e federais, somam um poder de compra que beira os R$ 2 bilhões por ano e parte expressiva disso, de 40% a 50%, ou seja, quase R$ 1 bilhão por ano, vão para licitações vencidas por empresas especializadas em participação de certames, geralmente do eixo Rio/São Paulo ou de grandes centros brasileiros.
Com o objetivo de fazer esta engrenagem girar em favor da região proporcionando, dentro de todos os processos legais, que parte destas verbas seja reinvestida nos próprios municípios de origem, começa a funcionar em janeiro de 2018, na Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel) o Escritório Regional de Compras Públicas.
A prática já vem sendo desenvolvida em alguns municípios da região de forma isolada e todos têm resultados bastante exitosos, mas foi pensando em atender justamente aqueles que não possuem uma estrutura ou fôlego para criar estes setores dentro das estruturas organizacionais dos municípios que nasceu a ideia de uma unidade regional.
Este trabalho já vem sendo amadurecido há algum tempo e o objetivo é, além de divulgar para as empresas locais que participem das licitações, esclarecer dúvidas sobre estes processos e quão benéfico será para a economia do oeste esta reinserção financeira na economia regional.
A implantação da unidade vem sendo coordenada pelo escritório regional do Sebrae e, segundo o gestor em políticas públicas, Adir Mattioni, este mercado de compras será extremamente promissor para a região. “Um levantamento do Banco Mundial revela que para cada R$ 1 em compras públicas feito localmente, ele gira outros R$ 0,70 no desenvolvimento local, ou seja, ele salta para R$ 1,70. É mais emprego, renda e desenvolvimento”, destacou ao lembrar de potenciais mercados, como o de fornecimento da carne de frango, por exemplo.
A ideia é facilitar a habilitação de empresas de todos os portes, desde as grandes indústrias, até micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais para fornecimento de produtos ou serviços. Entre os aspectos já identificados e que precisarão ser desmistificados está o de que o setor público compra, mas não paga.
Outro aspecto a ser orientado pelo escritório, é que as compras públicas locais não podem nem devem ser o único mecanismo de negócio do empresário, sendo esta uma das alternativas viáveis e rentáveis e que precisa ser incrementada a outros mercados compradores.
Bons negócios
Entre os escritórios já implantados e com êxito, está o de Cascavel que vai cooperar na coordenação da estrutura regional. Em apenas três meses de operação em torno de 12% das compras foram realizadas na estrutura local da economia, somando uma quantia de quase R$ 10 milhões. “Se nós conseguirmos reverter, em toda a região, 10% das compras públicas que hoje são realizadas em outros pontos do País, já seria um ganho espetacular de quase R$ 100 milhões por ano”, destaca o gestor.
A ideia é iniciar a divulgação do escritório já nos primeiros dias do próximo ano de modo que, os Municípios e demais repartições públicas, possam utilizar dos conhecimentos e das orientações técnicas dele o mais breve possível.