SÃO PAULO – A candidata à Prefeitura de São Paulo Luiza Erundina (PSOL) prometeu ?falar grosso? com o governo federal caso seja eleita. Ela disse que não aceitará cortes em áreas essenciais como educação e saúde e voltou a chamar o presidente interino, Michel Temer, de golpista.
? A crise apresenta esses riscos que é o que o governo interino, golpista, está fazendo. São Paulo é uma cidade poderosa, a maior do país. Ao invés de fazer cortes e limitar investimentos, vamos exigir do governo federal o que é de direito de São Paulo. Vamos falar grosso, não vamos com pires na mão.
Erundina falou a uma plateia de cerca de 300 professores durante o 20º Congresso do Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo (Sinesp).
Muito aplaudida e sob gritos de “Fora Temer” e “Fora Cunha” ela prometeu, se eleita, “revolucionar a educação na cidade”, aumentar a autonomia das escolas e diminuir o número de alunos por sala.
Durante o debate, ela aproveitou ainda para alfinetar dois de seus adversários: Fernando Haddad (PT) e João Doria (PSDB):
? O prefeito Haddad acha que vai continuar…Tem um outro candidato aí que só falta privatizar a cadeira de prefeito. Não vai fazer isso porque não vai ser dele a cadeira ? disse, referindo- se a Doria.
Na saída, Erundina cruzou com os dois.
Haddad fez questão de dizer a ela que é favorável à sua participação nos debates e que ?gosta muito? dela. Por causa da reforma eleitoral promovida pelo Congresso no ano passado, que prevê que só devem ser convidados candidatos cujos partidos tenham pelo menos nove deputados eleitos (o PSOL tem seis), Erundina ficou de fora dos debates.
Ela poderia participar desde que dois terços dos candidatos fossem favoráveis, o que não aconteceu. Doria, Marta Suplicy (PMDB) e Major Olímpio (SD) não concordaram.
Doria também fez questão de ressaltar que é a favor da presença dela nos debates desde que a regra se estendesse aos demais candidatos.