QUITO – O governo equatoriano admitiu nesta terça-feira que restringiu temporariamente, em seu ?direito soberano? o acesso de parte do sistema de comunicação em sua embaixada em Londres, onde permanece abrigado o fundador do Wikileaks, Julian Assange. O site havia acusado o Equadro e até o secretário de Estado americano de cortar o acesso à internet, pouco após a divulgação de discursos da candidata democrata à Presidência dos EUA, Hillary Clinton, financiados pelo Goldman Sachs.
A publicação dos documentos por parte do Wikileaks nas últimas semanas tem, segundo o governo equatoriano, um ?impacto? sobre a campanha eleitoral nos Estados Unidos.
?O governo do Equador respeita o princípio de não intervenção em assuntos de outros países, não interfere em processos eleitorais em curso, nem apoia um candidato em especial?, afirmou a chancelaria em comunicado oficial. ?Neste sentido, o Equador, em seu exercício de direito soberano, restringiu temporariamente o acesso a parte do sistema de comunicações em sua embaixada no Reino Unido?, acrescentou, indicando que a restrição não impede que o Wikileaks continue suas atividades.
Assange mora e trabalha na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012, após ter recibido refúgio na representação diplomática após um tribunal ordenar sua extradição à Suécia para ser interrogado em um caso de abuso sexual.
A chancelaria equatoriana reafirmou o abrigo concedido a Assange.