RIO ? O crescente número de pessoas com obesidade e sobrepeso eleva também a incidência de doenças silenciosas, como hipertensão e diabetes, que, descobertas tardiamente, são um risco enorme ao paciente. Na próxima edição dos Encontros O GLOBO Saúde e Bem-Estar, nesta quarta-feira, o endocrinologista Walmir Coutinho e a pesquisadora Eliete Bouskela, doutora em fisiologia cardiovascular, discutirão o diagnóstico precoce de complicações cardiovasculares em pacientes obesos, o que permite tratar com mais eficácia hipertensão, disfunção cardíaca, diabetes e outras doenças.O evento faz parte da agenda itinerante da Casa do Saber e será realizado excepcionalmente no Auditório do Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico. Links obesidade
Coordenado pelo cardiologista Claudio Domênico e com mediação do jornalista William Helal Filho, do GLOBO, o debate também abordará a importância do combate às causas da obesidade como um esforço conjunto.
? Para tratar a obesidade, não basta só o médico. É o governo federal, estadual, a regulação da indústria. Se não houver um trabalho em equipe, não adianta fazer cirurgia bariátrica e operar o coração porque estaremos sempre tratando a consequência, e não as causas da obesidade ? avalia Domênico. ? As complicações cardiovasculares do aumento de peso não apresentam sintomas no começo. A pessoa é obesa, está hipertensa e não sabe.
IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO
Presidente da Federação Mundial de Obesidade, Walmir Coutinho ressalta que o principal tratamento contra a obesidade é a mudança de estilo de vida, com a prática de atividades físicas e melhora dos hábitos alimentares.
? Muitos pacientes precisam tomar remédio para conseguirem manter o peso perdido. O nosso organismo entende o emagrecimento como uma coisa ruim, acha que é uma ameaça para uma reserva de energia que é vital e ativa vários mecanismos para recuperar o peso perdido ? revela.
A boa notícia, segundo Coutinho, é que as complicações cardiovasculares da obesidade podem ser revertidas com emagrecimento, se detectadas a tempo.
? A maioria dessas doenças são silenciosas. Se o paciente não fizer exame, não vai saber que tem. Detectando, precisa tratar. Só se a pessoa for obesa por muitos anos que o quadro pode se tornar irreversível ? disse.
A pesquisadora Eliete Bouskela vai falar sobre a videocapilaroscopia periungueal, exame não invasivo feito na Uerj, que avalia o estado dos vasos capilares do paciente a partir da cutícula de um dos dedos da mão não dominante.
? A pessoa obesa infarta mais, tem mais placas nas artérias, mais disfunção cardíaca e isso que gostaríamos de detectar precocemente. A microcirculação é idêntica no corpo todo, se tem um problema na mão, ele vai estar no resto do corpo ? explicou.
SERVIÇO
Data e horário
Dia 19 de julho, às 17h
Endereço
Museu do Meio Ambiente – Rua Jardim Botânico, 1.008
Inscrições
Pelo e-mail [email protected]
Convidados
Walmir Coutinho, presidente da Federação Mundial de Obesidade, e Eliete Bouskela, doutora em fisiologia cardiovascular