WASHINGTON ? A morte de cinco policiais em um protesto da cidade de Dallas, nos EUA, levou a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump a cancelarem seus eventos de campanha desta sexta-feira. Ambos os virtuais candidatos da corrida presidencial americana emitiram declarações em luto ao ataque com maior número de vítimas policiais no país desde o atentado de 11 de setembro de 2001. O episódio aconteceu na semana em que várias comunidades pelo país se manifestam com indignação pela morte de dois homens negros por agentes da polícia em Lousiana e Minnesota.
Após o ataque contra policiais pelo franco-atirador Micah Johnson, de 25 anos, que deixou ainda 7 agentes feridos, Hillary adiou seu comício com o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, na Pennsylvania. Ela planeja fazer um discurso sobre os recentes episódios de violência no país em uma coletiva na Filadélfia.
?Eu lamento pelos policiais baleados enquanto cumpriam seu sagrado dever de proteger os manifestantes pacíficos, pelas suas famílias e por todos que servem com eles?, escreveu a democrata em sua conta no Twitter.
Já Trump chamou o atentado contra policiais de um ataque à nação. Nesta sexta-feira, ele suspendeu o discurso que faria em Miami por conta destes episódios.
?Este é um ataque coordenado e premeditado contra os homens e mulheres que nos mantém seguros?, disse o magnata. ?Nós devemos reestabelecer a lei e a ordem.?
Anteriormente, ele já havia emitido uma declaração sobre a morte de Alton Sterling e Philando Castile. No início da semana, ambos os homens negros morreram por disparos de policiais brancos nos EUA. As mortes foram gravadas em vídeos que, ao circularem pela internet, geram protestos indignados nas redes sociais e nas ruas. As imagens mostram que eles não representavam nenhum risco evidente para os agentes.
?As mortes sem sentido e trágicas de dois motoristas em Louisiana e Minnesota nos lembram quanto precisa ser feito?, declarou Trump no comunicado. ?As tensões raciais vêm ficando piores, não melhores?.
Os tiroteios em Dallas, a apenas alguns quarteirões do Dealey Plaza, onde o ex-presidente John F. Kennedy foi assassinado em 1963, transformaram a manifestação em uma cena de carnificina e de caos, dando uma nova dimensão à tensão racial nos Estados Unidos. O presidente americano, Barack Obama, condenou o ataque, a que chamou de ?calculado e desprezível?.
? Ainda não conhecemos todos os fatos. O que sabemos é que aconteceu um ataque perverso, calculado e desprezível contra as forças de segurança ? disse Obama em Varsóvia, ao lado dos presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, Donald Tusk e Jean-Claude Juncker, antes de uma reunião de cúpula da Otan nesta sexta-feira.