Depois de seis anos de consenso nas eleições internas, agora haverá bate-chapa na disputa pela presidência da subseção de Cascavel da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). As eleições estão marcadas para 22 de novembro. Em Cascavel, são quase 2,8 mil advogados atuantes e que devem votar.
A chapa situacionista é a 11 de Agosto, encabeçada pelo advogado André Beck Lima. Com uma trajetória de nove anos na OAB, André é o atual vice-presidente da subseção local. Ele pretende dar sequência aos trabalhos que vêm sendo realizados pelo grupo nos últimos dez anos.
Já o advogado Jurandir Parzianello lidera o grupo de oposição e defende a alternância de poder para o fortalecimento da entidade.
Segundo ele, há um clamor por mudança dentro da OAB: “O espírito da democracia está na alternância e na renovação constante”. Ele observa que hoje o comando da OAB está restrito a um escritório de advocacia apenas.
Momento político
Os dois postulantes ao cargo observam com preocupação o atual momento político brasileiro. Beck Lima diz que o momento é de “extrema preocupação” devido à polarização radical dos dois lados. “É uma campanha atípica em relação aos anos anteriores. Parece que o País foi dividido”, afirma.
Para ele, o momento é delicado e conturbado. “Salvo melhor juízo, eu acho que vêm anos bem complicados pela frente, independente de quem vença a eleição”.
Jurandir Parzianello diz que o que está acontecendo agora só será compreendido daqui a alguns anos. Ele chama a fase de “gargalo” e a classifica como “crítica” em função do que aconteceu nos últimos “governos inconsequentes”, o que criou o fenômeno de um opositor que também traz em seu discurso conteúdos que geram insegurança em vários campos devido à dose excessiva e até desnecessária de autoritarismo. “Se precisamos dessa dose maior de firmeza e de certo grau de radicalismo, oposto ao radicalismo petista, para gerar a necessária profilaxia e o restabelecimento da ordem no País, é o povo quem vai decidir”, ressalta.