Cotidiano

Duas novas exposições e uma instalação reabrem, hoje, o MAC

Niterói — A festa de reabertura foi ontem, com show do saxofonista Leo Gandelman. Mas hoje o MAC volta às atividades a todo vapor. Duas novas exposições e uma instalação dão o pontapé inicial nesta nova fase do museu: “Ephemera: diálogos entre-vistas”, “A arte de contar histórias” e “Da escuta da matéria aos escombros do ser”.

— A “Ephemera” passeia pelo acervo MAC-Sattamini através de eixos temáticos, poéticos e de processos de criação. São obras de diversas décadas, que ocupam o mesmo espaço, mas não estão separadas cronologicamente. Também evitamos classificar pelas categorias, como “esculturas”. Há, assim, uma obra do José Rufino, de 2002, que fala de desaparecidos políticos. Ela está ao lado de outra, que aborda o governo militar. Outro exemplo é um espaço dedicado a trabalhos feitos somente de metal — explica Luiz Guilherme Vergara, que é curador da mostra e diretor do museu.

ESTREANTES NO MUSEU

Além de Rufino, a exposição conta com obras de artistas como Lygia Clark, Antonio Dias, Ana Bella Geiger e Tunga.

A questão feminina, como diz Vergara, também é destaque na mostra:

— Temos um conjunto de obras feitas por artistas mulheres. Então, não é uma visão feminista, mas feminina. Porque não há uma diferença entre a arte feita pela mulher e pelo homem. Há uma obra da Daniela Mattos que representa muito bem isso. É uma vídeoinstalação com uma mulher branca, de batom, que se transforma em uma com maquiagem indígena e que, por fim, se torna uma orixá.

A obra de Daniela, assim como outros dois trabalhos, um de Ricardo Basbaum e outro de Daniel Leitão, serão exibidos pela primeira vez no museu.

ATIVIDADES NO PÁTIO

“A arte de contar histórias” propõe o diálogo entre a arte e a literatura latino-americana.

— Todas as obras são influenciadas por autores e se relacionam com o trabalho deles. A do Ernesto Neto faz paralelo com Jorge Luis Borges. Além disso, no catálogo temos textos dos artistas e fotos feitas por jovens do Morro do Palácio. A ideia é aproximar os moradores da comunidade, ao lado do museu, das artes. Foram feitos também workshops envolvendo os jovens e os artistas — conta a norueguesa Selene Wendt, curadora da mostra.

A terceira das novidades é a instalação sonora “Da escuta da matéria aos escombros do ser”, de Marcelo Armani.

Ele é um artista novo, mas já expôs na Bienal do Mercosul. Interessa ao museu abrir portas para que possa expor ao lado dos já consagrados — diz Vergara.

Além das exposições — e ainda parte das comemorações do MAC —, amanhã o dia será repleto de atrações no pátio. Na programação, música, circo, dança e poesia. Alguns destaques são o concerto da Orquestra de Cordas da Grota, ao meio-dia; o show da cantora Luciano Marinho, às 13h; a intervenção circense do palhaço Muzzarela, às 15h; e a performance da Cia. de Ballet de Niterói, às 16h. Por fim, haverá a apresentação da Cia. de Dança Fernando Azevedo, às 18h.