Cotidiano

Dos nove indicadores analisados pelo IBGE, apenas exportações cresceram em 2016

RIO – Dos nove indicadores analisados pelo IBGE, só o setor externo teve desempenho em 2016. Segundo os dados do PIB divulgados nesta terça-feira, as exportações cresceram 1,9% no ano passado, enquanto as importações recuaram 10,3% (o que contribui positivamente para o número final). Todos os outros números ? seja pelo lado da produção, seja pelo lado do consumo ? tiveram números negativos.

Os números dão a dimensão sobre como a recessão do ano passado foi generalizada. Entre os setores produtivos, o destaque negativo foi da agropecuária, com tombo de 6,6%. Já o setor de serviços, o mais importante para a economia brasileira, teve retração de 2,7%.

Considerando a ótica da despesa ? a parte do PIB que compila tudo que é gasto por empresas, famílias e governo no país ?, o destauqe negativo foi a queda de 10,2% da formação bruta de capital fixo (FBCF), importante indicador de investimentos.

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Na avaliação do IBGE, a recessão de dois anos se diferencia de outras crises por ser disseminada por todos os setores da economia.

? Em outros períodos, algumas atividades econômicas davam uma segurada na economia. Agora, nesse biênio, foi uma coisa disseminada na economia toda, o que não é muito comum de acontecer. A gente viu, por exemplo, serviços muito afetados. Os serviços muito ligados à indústria, como parte de carga, sempre foram muito afetados pela indústria. Mas os outros não eram tanto ? destaca Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

A especialista lembra que o setor externo foi beneficiado pelo câmbio. No ano passado, o real se desvalorizou 4,8%, em média, frente ao dólar. Isso é bom para as vendas externas, porque os produtos brasileiros saem mais barato para compradores internacionais.

? Como já tinha acontecido em 2015, até por conta da dinâmica da economia brasileira, a gente teve uma contribuição positiva do setor externo para o crescimento econômico. A exportação cresceu e houve uma queda das importações de bens e serviços. No ano, apesar de a gente estar tendo uma valorização do câmbio, no ano de 2016, a gente ainda teve uma desvalorização de 4,8%, que ajudou ainda a manter uma contribuição positiva do setor externo ? completa Rebeca Palis.