SÃO PAULO. Morreu nesta quarta-feira, por volta das 11h45min, o arcebispo emérito de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns, aos 95 anos. Ele estava internado desde o dia 28 de novembro no Hospital Santa Catarina, região central de São Paulo. A morte foi confirmada pela Arquidiocese de São Paulo.
Dom Paulo estava internado por causa de uma broncopneumonia. Na segunda-feira, a Arquidiocese de São Paulo emitiu um comunicado informando que o estado de saúde dele se agravou nos últimos dias, convidando todos a rezarem pelo cardeal.
Arcebispo metropolitano de São Paulo de 1970 a 1998, dom Paulo foi um dos principais nomes na luta contra a ditadura e ficou conhecido como o “cardeal da esperança”. Quando assumiu a Arquidiocese de São Paulo, em 1970, uma de suas primeiras medidas foi vender o Palácio Pio XII, residência oficial do arcebispo, para financiar terrenos e construir casas na periferia.
Ao lado do pastor presbiteriano Jaime Wright, coordenou o projeto Brasil Nunca Mais, que reuniu documentos e denunciava a prática de crimes cometidos por agentes de Estado contra presos políticos. Em livro, relataram métodos de tortura e acusações ilegais. Em 1972, criou a Comissão Brasileira Justiça e Paz, que articulou denúncias contra abusos do regime militar.
Em 1985, o cardeal criou a Pastoral da Infância, com o apoio da irmã Zilda Arns, que morreu no terremoto de 2010 no Haiti, onde realizava trabalhos humanitários.
Em junho do ano passado, Dom Paulo chegou a ficar internado no mesmo hospital após uma indisposição.