Cotidiano

Dólar fecha no menor valor desde julho de 2015

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O dólar teve sessão volátil ontem mas acabou encerrando o dia em queda de 0,48%, cotado a R$ 3,097. Foi a menor cotação de fechamento desde 2 de julho de 2015. A moeda chegou a subir à tarde, após a presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) ter reafirmado que a intenção da instituição é seguir aumentando juros se a economia do país mantiver seu vigor.

Janet Yellen disse que o Fed provavelmente precisará elevar o juro em uma das próximas reuniões, embora tenha indicado incerteza considerável sobre a política econômica com a administração do presidente Donald Trump. Ela acrescentou ainda, durante audiência no Senado norte-americano, que adiar aumentos dos juros seria ?insensato?.

No mercado acionário, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,38%, aos 66.712 pontos, após cinco pregões de altas. De acordo com analistas, os investidores aproveitaram para realizar lucros.

? Foi um dia agitado. A fala da Janet Yellen levou, por algum momento, certa aflição a quem investe em emergentes. Mas o que foi determinante foi o movimento inercial que já vinha determinando a queda do dólar recentemente, em resposta às melhores perspectivas para o país e para a economia, além do movimento de queda do dólar no mundo nos últimos dias ? explicou Raphael Figueredo, analista da Clear Corretor.

No exterior, contra uma cesta de dez divisas, o dólar acabou encerrando em alta de 0,16%, segundo o índice Dollar Spot, da Bloomberg.

Aqui no Brasil, o Banco Central (BC) iniciou rolagem de 6 mil dos chamados contratos de swap cambial ? operação que equivalente à venda da moeda no mercado futuro e contribui para enfraquecer o dólar ? com vencimento em março. O ritmo indicou que a intenção do BC é renovar menos da metade dos contratos que vão vencer. Hoje serão rolados mais 6 mil contratos.

Segundo Paulo Gomes, economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, a tendência de desvalorização do dólar nas últimas semanas se explica, em parte, pela redução do risco geopolítico global depois do temor inicial com a gestão Trump.

? Nossa expectativa é que o BC tolera que o câmbio vá até R$ 3,05. Há uma certa preocupação do setor exportador com relação a desvalorização do dólar ? avalia Gomes.

Para Figueredo, porém, o BC não tem a intenção de influenciar muito o câmbio no curto prazo:

? Acredito que o dólar vai testar os R$ 3. (Rennan Setti, com agências)