BRASÍLIA – Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, disse nesta quarta-feira que não há pressão na corporação para que a Operação Lava-Jato seja contida. Ele foi perguntado sobre essa possibilidade devido ao vazamento de áudio de uma conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com o ex-ministro do Planejamento Romero Jucá sobre um acordo para barrar as investigações depois que o presidente interino Michel Temer assumisse.
? A Polícia Federal tem uma estrutura de polícia legalista. Cumprimos a lei. Usamos instrumentos que a lei nos permite e não há forma ou maneira de se fazer pressão. Não falamos em pressão. Falamos em: a Polícia Federal continua trabalhando nos padrões legais do direito penal e processual brasileiro ? disse Daiello.
O diretor da PF participou de uma reunião com Temer e os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Eliseu Padilha (Casa Civil), José Serra (Relações Exteriores), Alexandre de Moraes (Justiça) e Raul Jungmann (Defesa) sobre a criação de um comitê executivo de coordenação e controle de fronteiras. O governo anunciou a deflagração de uma operação de combate ao tráfico de drogas e contrabando de armas e mercadorias. Intitulada Operação Ágata, a ação vai envolver a Receita, as Forças Armadas e um total de 20 agências. Será iniciada nos próximos dias, custará R$ 9 milhões e contará com oito navios, 15 aeronaves, 15 mil homens e 80 lanchas.