SÃO PAULO Quatro anos atrás, ela distribuía aos eleitores santinhos com a foto da presidente Dilma Rousseff e usava o nome da petista na urna eletrônica. Nesta eleição, a vereadora sergipana Adilma de Jesus (PSB) quer distância da presidente afastada. A ?Dilma? de Pedra Mole, como ficou conhecida no município de 3 mil habitantes a 98 km de Aracaju, agora é ?Dilma de Aluízio?. É no prestígio do marido, Aluízio, que já foi prefeito na cidade, que ela aposta as fichas para a reeleição. Para a ex-companheira de material de campanha sobrou apenas o discurso de ?Fora Dilma?.
? Se eu tivesse que votar, eu votaria pelo impeachment. Agora também queria um impeachment para a chapa toda, ela e o Temer ? diz Adilma, que foi eleita pelo PMDB mas deixou o partido para esta eleição.
Aos 55 anos, Adilma faz parte de um grupo restrito. Somente três mulheres que usaram o nome Dilma na urna eletrônica em 2012 foram eleitas. As outras duas são a vereadora baiana Dilma Alves (PRB) e a prefeita paraense Dilma Serrão (PT). Ambas são candidatas este ano e, diferentemente de Adilma, mantiveram o nome com o qual aparecerão na cabine de votação.
Professora em Mirangaba, cidade com 17 mil habitantes no sertão da Bahia, Dilma Alves diz que ouviu de eleitores o pedido para que mudasse de nome para a eleição deste ano.
? Muita gente este ano me falou ‘muda de nome, muda de nome’. Eu pensei bastante, mas, como meu nome é Dilma, não vi muito como mudar. O clima hoje é completamente diferente de 2012 ? afirma a vereadora, que garante não ter sido eleita na esteira da boa fase de Dilma.
? Nunca associei minha imagem a dela. Somos antagônicas até porque ela foi para uma guerra diferente da minha. Ela foi guerrilheira e eu sou guerreira ? disse a vereadora, que também é a favor do impeachment.
? Quando surge alguma matéria do impeachment aqui algumas emissoras de rádio falam apenas Dilma e não Dilma Rousseff. Já recebi telefonema de pessoas perguntando se era comigo. Isso preocupa, né.
Já a prefeita de Belterra, Dilma Serrão, terá que superar um desgaste em dobro para se reeleger em outubro. Além de carregar o nome da presidente afastada, ela é filiada ao PT. Para complicar ainda mais, a petista está ocupando o cargo por força de uma liminar. Dilma Serrão foi cassada em 2014 por compra de votos, ficou afastada por alguns meses e retornou ao cargo no ano passado. Até hoje, ela ainda espera uma decisão definitiva do Tribunal Superior Eleitoral para seu caso.
Em 2012, a petista fez campanha muito em cima da popularidade da então presidente. ?Tem Dilma lá, põe Dilma cá? dizia o santinho da Dilma paraense. Este ano, nenhum material de campanha da candidata foi divulgado no perfil dela nas redes sociais até agora.
A reportagem procurou a assessoria da prefeita, mas ela não retornou.