RIO – Logo após ser destituída da presidência da República, no fim de agosto, Dilma Rousseff conseguiu em apenas algumas horas dar entrada e finalizar seu processo de aposentadoria pelo INSS. É o que indica reportagem publicada pela revista “Época”.
Segundo a reportagem, Carlos Eduardo Gabas, ex-secretário executivo e ex-ministro da Previdência, teria levado os documentos de Dilma até agência da Providência Social, em Brasília, menos de 24 horas após a confirmação do impeachment, dando entrada no pedido da ex-presidente. Lá, Gabas teria se encontrado, em uma sala reservada, com o chefe da agência, Iracemo da Costa Coelho, e saído do local já com a aprovação da aposentadoria da ex-presidente, a qual foi atribuída uma renda mensal de R$5.189,82, o teto do benefício.
A rapidez com que o processo aconteceu não é comum. De acordo com a publicação, informações do INSS indicam que o tempo médio para que um cidadão consiga marcar uma data para dar entrada nos documentos é de 74 dias. No Distrito Federal, onde o pedido de Dilma foi realizado, esse tempo seria ainda maior: 115 dias. Registros no sistema de agendamento do INSS não mostram que reserva de data para o atendimento de Dilma.
Segundo a “Época”, Dilma e Gabas afirmam que nenhum tipo de tratamento especial foi dado ao caso da ex-presidente, uma vez que ela já poderia ter se aposentado há dez anos e o agendamento teria sido feito com meses de antecipação. Entretanto, não explicam a ausência de registros no sistema de agendamento.