“Desde que me entendo por gente sou devota à minha santinha. Minha mãe me ensinou e até hoje rezo todo dia pela sua intercessão”. A servidora pública Márcia Aparecia Kalinoski é devota de Nossa Senhora Aparecida há mais de 40 anos, fruto principalmente pela influência da família. E Márcia garante: a santa atende seus pedidos. “Ela é o que me sustenta, é nela que me apego nos momentos mais difíceis da vida. Graças a Deus, Nossa Senhora intercede e já fui contemplada com muitas graças. Tenho muito amor a ela”, conta.
Márcia é uma das milhares de devotas de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e de Cascavel. A santa reverenciada numa estátua de Nossa Senhora da Conceição, vestida com um manto azul enfeitado, figura em muitas casas Brasil afora.
Em Cascavel, sua imagem está cravada no coração da cidade, em frente à catedral que até recebe seu nome.
A imagem original fica exposta na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Aparecida, interior de São Paulo. A festa em sua homenagem é celebrada hoje, 12 de outubro, feriado desde 1980, quando a basílica foi consagrada pelo Papa João Paulo II em sua primeira visita ao Brasil. Inclusive, a Basílica de Aparecida é a segunda maior do mundo.
Pároco da Catedral de Cascavel, o padre Adimir Antonio Mazali explica que a devoção a Nossa Senhora é uma das maiores no mundo: “Há muitos milagres envolvendo Nossa Senhora. Temos que lembrar que ela é intercessora, quem faz o milagre é Deus, mas a mão dela ajuda, e muito! Nossa Senhora é a grande intercessora do Brasil!”
Uma breve história
Os fatos foram registrados primeiramente pelos padres José Alves Vilela, em 1743, e João de Morais e Aguiar, em 1757. A história foi registrada nos livros da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá, à qual pertencia à região onde a imagem da santa foi encontrada, em outubro de 1717.
Dom Pedro de Almeida, governante da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, passava por Guaratinguetá (SP) quando ia para Vila Rica (MG). A população organizou uma festa para recebê-lo.
Nisso, pescadores foram para o Rio Paraíba com a missão de conseguirem muitos peixes para a comitiva do governador, mesmo não sendo tempo de pesca. Os três homens oraram pedindo a ajuda da Mãe de Jesus.
Quase desistindo da pescaria, um dos pescadores lançou a rede mais uma vez. Não pegou peixe, mas a imagem de Nossa Senhora da Conceição, sem a cabeça. Emocionado, lançou de novo a rede e então içou a cabeça que se encaixou perfeitamente na pequena imagem.
Na sequência, para surpresa, eles pescaram tanto peixe que tiveram de retornar ao porto com medo de a canoa virar.
Os pescadores chegaram a Guaratinguetá eufóricos e emocionados com o que presenciaram e toda a população entendeu a intervenção divina. Assim aconteceu o primeiro de muitos milagres pela ação de Nossa Senhora Aparecida.