Cotidiano

Deutsche Bank quer levantar US$ 8,5 bilhões com lançamento de ações

GERMANY-DEUTSCHE BANK_BERLINNOVA YORK – O banco alemão Deutsche Bank anunciou neste domingo planos de levantar pelo menos US$ 8,5 bilhões com o lançamento de novas ações e de vender uma parte de sua área de administração de ativos, em um esforço de reestruturação do grupo.

A proposta prevê o lançamento de 687,5 milhões de novas ações ainda em março, para aproveitar a valorização recente dos papéis. Como parte da reestruturação, o banco também vender ações de uma parte da área de administração de ativos, mas decidiu abandonar os planos de vender o Postbank. A ideia agora é integrá-lo ao negócio de banco de varejo.

?Nossas decisões são um passo significativo no caminho de criar um banco mais simples, mais forte e em crescimento?, disse, em comunicado, o diretor-executivo John Cryan.

Uma das maiores instituições financeiras da Europa, o Deutsche Bank tem enfrentado dificuldades para manter a lucratividade nos últimos dois anos. O banco enfrentou multas de bilhões de dólar por sua participação na crise financeira internacional ? tanto nos Estados Unidos quanto na Europa ?, taxas de juros baixas ? que afetam o resultado do banco ? e uma economia europeia ainda fraca. Em 2016, o Deutsche Bank teve prejuízo de US$ 1,51 bilhão, após perda recorde de US$ 7,38 bilhões em 2015.

A administração tem lançado mão de várias iniciativas para fortalecer o banco e seu resultado, inclusive corte de despesas e venda de parte dos negócios. Até recentemente, o banco vinha resistindo à ideia de vender novas ações sob o argumento de que isso prejudicaria os acionistas atuais. E tinha mantido o foco na venda do Postbank. Só que não foram encontrados interessados e o banco se viu sem alternativas.

O Deutsche Bank foi um últimos grandes bancos a fechar um acordo com o Departamento de Justiça por causa de sua participação na crise de subprime, que desencadeou a crise financeira internacional. Em dezembro, concordou em pagar US$ 7,2 bilhões, montante inferior aos US$ 14 bilhões que se acreditava que era a demanda das autoridades americanas.