NOVA YORK – O banco alemão Deutsche Bank aceitou pagar US$ 9,5 milhões por não ter protegido suficientemente informações cuja natureza podem influir sobre a evolução do mercado, anunciou nesta quarta-feira a Securities and Exchange Commission (SEC, órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos).
A multa foi imposta enquanto o Deutsche Bank negocia com o órgão a redução de outra multa, anunciada pelo Departamento de Justiça dos EUA em US$ 14 bilhões, por danos causados pelo banco a investidores na crise financeira de 2008. A penalidade poderia passar para US$ 5,4 milhões, um montante mais próximo às multas pagas por outras instituições financeiras, segundo fontes próximas ao assunto.
De acordo com a SEC, a divisão de títulos do Deutsche Bank encorajou sua equipe de analistas de pesquisa de ativos a se reunir com clientes e os seus próprios operadores, e não conseguiu implementar políticas para evitar que os analistas divulgassem relatórios confidenciais sobre recomendações de negociação e mudanças nas estimativas.
O banco solucionou o caso sem admitir ou negar as acusações. Em comunicado, a porta-voz da instituição financeira, Amanda Williams, afirmou que o Deutsche ?leva sua conduta de comunicação com analistas de pesquisa seriamente?. Ela acrescentou que o banco tem uma política robusta em vigor e tomou medidas para corrigir as questões identificadas pela SEC.
O órgão regulador também acusou o banco de emitir um relatório sobre a rede varejista Big Lots no qual insta investidores a comprar ações, mesmo que o ex-analista que preparou o documento tenha dito em sigilos a funcionários do banco que a classificação do papel da empresa deveria ter sido rebaixada.
O ex-funcionário, Charles Grom, foi cobrado pela SEC em fevereiro. Sem admitir ou negar as alegações do órgão, ele concordou em pagar multa de US$ 100 mil e foi suspenso do setor por um ano.
O banco demitiu Grom em fevereiro de 2013 ?por conduta não condizente com os padrões da firma?, segundo documento da SEC.
O órgão regulador americano também acusou o banco por não fornecer certos registros eletrônicos durante a investigação. A SEC afirmou que procurou mensagens no sistema de comunicação interna do Deutsche Bank, mas o banco ?não poderia recuperar? todas as mensagens pois não havia preservado o material.