CURITIBA. O ex-presidente da Câmara Federal e deputado cassado Eduardo Cunha será transferido na tarde desta segunda-feira da carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, para o Complexo Médico Penal, uma penitenciária em Pinhais, na região metropolitana.
A penitenciária estadual é destinada a presos de regime fechado e tem finalidades médicas. Hoje abriga outros políticos investigados na operação Lava Jato, como José Dirceu, Luiz Argôlo e André Vargas.
Antes de seguir para o novo local de detenção, Cunha vai participar de uma audiência por videoconferência na sede da Justiça Federal, também em Curitiba.
Cunha vai acompanhar o depoimento de testemunhas no processo que apura suposto esquema de desvios para a liberação de recursos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal. Ele não deve ser ouvido nesta segunda-feira. O caso corre na primeira instância da Justiça Federal do Distrito Federal.
A decisão de transferir Cunha foi tomada na última sexta-feira pelo juiz federal Sérgio Moro. A PF fez o requerimento no início da semana, alegando lotação da carceragem. No despacho, Moro afirmou que o espaço na PF é limitado e se destina apenas a espaço de passagem dos presos. Ele disse ainda que as condições do Complexo Médico Penal são consideradas ?boas?.
Na mesma decisão, Moro negou os pedidos de transferência do ex-tesoureiro do PP João Claudio Genu e do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.
Cunha foi preso em outubro deste ano, acusado de receber propina referente a contrato da Petrobras de compra de um campo petrolífero em Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro. A prisão dele foi pedida pelo Ministério Público Federal (MPF), para não comprometer as investigações.
(*) Especial para O GLOBO