Cotidiano

Demanda por aviões no Brasil vai mais que dobrar em 20 anos, projeta Airbus

65744185_An Air France Airbus A 380 is under maintenance in the Air France h.jpgRIO ? A fabricante europeia de aviões Airbus apresentou nesta quarta-feira uma perspectiva bastante otimista para o setor da aviação no Brasil nos próximos 20 anos. A empresa projeta a demanda de mais 825 aviões para atender o mercado brasileiro até 2035, incluindo aeronaves operadas por companhias nacionais e estrangeiras. Hoje, são 589. galeão_2803

Segundo Rafael Alonso, presidente da Airbus na América Latina e Caribe, esse avanço está embasado no forte crescimento da classe média no Brasil e em outros mercados emergentes, bem como na retomada da economia do país. A Airbus tem cerca de 60% do mercado latino-americano e pretende manter essa fatia. Nos próximos cinco a oito anos, a Airbus vai entregar ao menos 62 aviões a companhias aéreas brasileiras.

? O Brasil passa por uma crise muito grande. Mas eu conversei com vários empresários e todo mundo concorda que a recessão está terminando e que o número de passageiros vai aumentar ? disse Alonso, no International Brazil Air Show (Ibas), feira de aviação que acontece no Rio.

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CRESCIMENTO DO SETOR NO BRASIL SERÁ ACIMA DO MUNDIAL

Dos 825 novos aviões até 2035, a maioria, segundo as projeções da Airbus, serão de grande porte, como o A330, o A350 e o A380. Este último, com capacidade para 491 passageiros, iniciou rota comercial entre São Paulo e Dubai esta semana. Alonso acredita que as limitações de infraestrutura dos aeroportos não serão um problema para receber aeronaves de tamanha envergadura:

? Não vemos isso como um problema. O A380 opera em mais de 300 aeroportos no mundo. No Brasil, pelo menos São Paulo (Guarulhos) e Rio podem recebê-lo. Vamos apoiar as companhias aéreas para que sejam feitas adaptações nos aeroportos.

No mesmo horizonte de 20 anos, a Airbus estima que a demanda doméstica no Brasil vai crescer a um ritmo maior que o da demanda mundial: 4,8% por ano no país e 4,5% no mundo. Com isso, o número de viagens por ano per capita vai mais que dobrar, saindo de 0,5 em 2015 para 1,1 em 2035. Um salto, porém ainda aquém do potencial brasileiro.