BRASÍLIA Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, afirmou à força-tarefa da Lava-Jato que parte da propina paga ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em troca da liberação de recursos do Fundo de Investimento do FGTS para obras superfaturadas, foi depositada numa conta bancária no Uruguai. Cleto descreveu pelo menos dez casos de fraudes cometidas no período em que, como vice-presidente da Caixa, participava das decisões sobre a aplicação do FI do FGTS.
Cleto prestou os depoimentos após fazer um acordo de delação premiada, que ainda não foi homologado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). A delação pode complicar de vez a situação de Cunha e do corretor Lúcio Bolonha Funaro. Num dos depoimentos, Cleto aponta Funaro como um dos operadores do dinheiro de propina destinado a Cunha ao longo dos anos.