SÃO PAULO. Os advogados de Cláudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha, querem evitar que a força-tarefa da Lava-Jato continue a investigar o uso de empresas para ocultação de bens e valores da família e Danielle Cunha, filha do deputado. Cláudia Cruz foi denunciada por manutenção de conta no exterior, não declarada no Brasil, e o Ministério Público Federal requereu que fosse mantido em sigilo o procedimento de quebra de sigilo, sob argumento de que prossegue a investigação de “atos em tese praticados por Danielle Dytz da Cunha Doctorovich”, bem como a utilização de empresas “para ocultação de bens e valores movimentados pela família”.
Danielle Cunha captava clientes entre aliados do pai, na Câmara dos Deputados, para a empresa Popsicle Digital Flavours, a qual é ligada.
Em petição ao juiz Sérgio Moro, apresentada nesta quinta-feira, os advogados de Cláudia Cruz afirmam que não há qualquer indicativo de que tais atos “guardem relação com o esquema de corrupção existente na Petrobras” e, por isso, não se pode falar em “conexão” para que a competência seja da 13ª Vara Federal de Curitiba, que conduz a Lava-Jato e os atos de corrupção vinculados à Petrobras – processos que investigam corrupção no âmbito do Ministério do Planejamento e da Eletronuclear, por exemplo, por determinação do Supremo Tribunal Federal, foram desmembrados para a Justiça Federal de São Paulo e Rio, pela ordem.
Para os advogados, é claro que as investigações extrapolaram o vínculo com contratos da Petrobras “para apurar também outras possíveis irregularidades no patrimônio e movimentação financeira” de Cláudia Cruz. Eles lembram que o STF “fixou entendimento” de que a 13ª Vara, conduzida por Moro, é incompetente para apurar fatos que não guardem relação direta com a Petrobras.
A defesa quer que as apurações sobre pagamentos de cartões de crédito, movimentação bancária e compra de veículos sejam transferidas para a Justiça do Rio de Janeiro, onde o casal mantém residência.
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