Cotidiano

CPI será encerrada sem a investigação de documentos

Cascavel – Os trabalhos da CPI das Horas-Máquina serão encerrados sem acesso a vários documentos solicitados durante o decorrer das atividades. O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, vereador Luiz Frare (PDT), pretende concluir o relatório nesta sexta-feira. Na próxima terça-feira, encerra-se o prazo de 90 dias para a apresentação do documento em plenário. A CPI instaurada na Câmara Municipal investiga contrato administrativo firmado entre a Prefeitura de Cascavel e a empresa F.J. Cecchetto Terraplenagem. A empresa presta serviço de horas máquinas para a manutenção e adequação de estradas rurais e terraplenagem no interior do Município. Há suspeita de que os serviços não tenham sido executados, conforme denúncia feita pelo vereador Celso Dal Molin (PR). O caso também está sendo investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Depois de quase 90 dias, os trabalhos estão sendo finalizados. “Eu pretendo concluir o relatório até a próxima sexta-feira e apresentá-lo para os demais membros da CPI na próxima segunda-feira. E se tudo ocorrer dentro da normalidade, vamos colocar o relatório final para a apreciação do plenário na terça-feira, dia 29”, afirmou o relator. Além de Frare, fazem parte da CPI os vereadores Robertinho Magalhães (presidente) e Paulo Porto (membro). Eles argumentam a dificuldade de acesso aos documentos solicitados, sobretudo da empresa Cecchetto e da Secretaria Municipal de Agricultura. A Cecchetto, por exemplo, alegou que os documentos solicitados foram apreendidos pelo Gaeco em 20 de outubro, em cumprimento ao mandado de busca e apreensão deferido pela 2ª Vara Criminal de Cascavel. A CPI caminha para o fim, mas sem responder a uma das principais perguntas: Quais são as empresas sublocadas pela Cecchetto para fazer os serviços nas estradas rurais de Cascavel? No ofício enviado à CPI, a empresa alega que “as locações foram efetuadas através de contrato verbal, razão pela qual deixa de apresentar cópia instrumental”.  

 

Dal Molin

Vereador prevê fim “melancólico” da CPI

Autor da denúncia que culminou com a instauração da CPI das Horas-Máquina na Câmara de Cascavel, o vereador Celso Dal Molin tem pelo fim “melancólico” dos trabalhos da comissão, a qual, segundo ele, não se aprofundou nas investigações. Ontem ele voltou a contestar as informações repassadas pela F. J Cecchetto, em especial a terceirização de serviços, cujos contratos foram feitos verbalmente. “Não estamos falando carregar três caminhos de terra, por exemplo. Estamos falando de 15 mil horas-máquina em nove meses de trabalho no interior de Cascavel. Como uma empresa que vence uma licitação desse porte não tem planilha ou roteiro para executar o serviço contratado pelo município?”, questionou Dal Molin. Para ele, a empresa estaria menosprezando os trabalhos da CPI. “Essa história de fazer um contrato verbal é chamar toda a população de Cascavel de ingênua. Por isso, mais uma vez reafirmou que não existiu máquina, nem o serviço contratado, mas o valor de quase R$ 2 milhões foi pago”, frisou Dal Molin. Desde 2012, a empresa firmou 37 contratos com a prefeitura, mas apenas um deles está sendo alvo das investigações da CPI.