LONDRES – Os partidários do premier britânico, o conservador David Cameron, não querem esperar até sua renúncia em outubro para mudar a liderança da sigla que governa o país. Após o referendo que definiu a saída do Reino Unido da Uniçao Europeia, Cameron pode ver um substituto no cargo no início de setembro após pressão interna.
De acordo com o “Independent”, um comitê político do partido quer que o novo líder seja definido nos próximos dois meses para liderar a transição pós-Brexit, e assuma em cerca de nove semanas. Cameron prometeu que se manterá neutro em qualquer ocasião de sucessão. brexit
? Recomendamos que o processo de eleger o novo líder do Partido Conservador comece na semana que vem e conclua no mais tardar em no dia 2 de setembro, apesar de ser possível que termine antes ? afirmou mais cedo Graham Brady, presidente do comitê parlamentar conservador.
O processo de indicações para a liderança do Partido Conservador será conduzido a partir desta quarta-feira. O ministro do Tesouro, George Osborne (partidário de Cameron e anti-Brexit), disse que não disputará. Outros políticos de alto escalão do cargo, como a ministra do Interior, Theresa May, e o da Justiça, Michael Gove, são cotados.
Mas o grande favorito dentro do partido, nesse momento, é o deputado e ex-prefeito de Londres Boris Johnson. Grande artífice da campanha pela saída da União Europeia, o jornalista e político deve anunciar sua candidatura nesta semana.
No entanto, o que os rivais dos conservadores querem é uma eleição geral o mais rápido possível.
? Seria errado que só os conservadores pudessem escolher um premier de um novo governo e novas prioridades ? criticou o ex-vice de Cameron, Nick Clegg, deputado liberal-democrata que liderou os pedidos por uma eleição.
Nesta segunda-feira, Cameron anunciou a criação de uma unidade especial no governo britânico para implementar o Brexit. Um porta-voz do primeiro-ministro esclareceu ainda que a realização de um segundo referendo ?não está nem remotamente em jogo?. Mas o Reino Unido ainda não ativou o Artigo 50, que inicia formalmente os dois anos de procedimentos para a sua retirada da UE. Segundo Cameron, esta será uma missão para o próximo premier britânico, responsável por liderar o processo de saída.
Também na segunda-feira, os deputados trabalhistas decidiram avançar com a moção de desconfiança contra o líder do partido, Jeremy Corbyn, em uma reunião nesta segunda-feira. A votação será secreta, e a legenda precisa de no mínimo 51 nomes em apoio à mudança no comando para que ele seja formalmente desafiado.
Corbyn, no entanto, havia prometido manter-se firme contra os esforços para derrubá-lo. Discursando para simpatizantes na Praça do Parlamento, o líder falou sobre o direito dos refugiados e pediu respeito ao próximo, sem citar a moção de desconfiança.