Cotidiano

Charlotte: em 4ª noite de protestos, polícia diz que negro morto tinha arma

USA-POLICE_-GK22U4GID.1.jpgCHARLOTTE ? Uma arma recuperada na cena em que um homem negro foi morto a tiros pela polícia em Charlotte, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, estava carregada, e impressões digitais, DNA e sangue encontrados na arma correspondem aos da vítima, disse a CNN nesta sexta-feira, com base em fontes policiais. A notícia sobre a arma chega depois que a família da vítima, Keith Scott, divulgou o seu próprio vídeo do ocorrido, episódio que provocou três dias de protestos.

Na quarta noite de manifestações, uma marcha também ocorreu em Atlanta. Enquanto a Guarda Nacional mantinha estado de ordem em Charlotte, a cidade do estado da Geórgia teve manifestantes gritando “Resistam à polícia”. Não foram registrados maiores incidentes em ambas as cidades.

Charlotte tem protestos durante toque de recolher

O momento em que um policial negro atira em Scott, que tinha 43 anos e sete filhos, não pode ser visto no vídeo de dois minutos feito pela mulher dele, Rakeya, que pode ser ouvida pedindo para os policiais não atirarem. A família continuou a insistir que as autoridades liberassem as suas gravações sobre a morte.

Cedido ao jornal ?New York Times? pelos advogados da família nesta sexta-feira, o vídeo não inclui imagens do momento exato do tiro. Também não responde à questão crucial se Scott tinha uma arma, conforme foi sustentado pela polícia ? a família nega, alegando que ele tinha um livro.

?Não atire nele. Não atire nele. Ele não tem nenhuma arma. Ele não tem nenhuma arma. Não atire nele?, disse Rakeyia na gravação.

Logo depois, é possível ouvir a polícia pedindo para ele não atirar e largar a arma: ?Não atire. Largue a arma. Largue a porra da arma?.

Justin Bamberg, um dos advogados da família, disse em uma entrevista nesta sexta-feira que o vídeo não provou que o tiroteio foi justificado ou injustificado, de acordo com o ?NY Times?.

Em vez disso, ofereceu ?um outro ponto de vista? do incidente. Ele disse ainda esperar que o Departamento de Polícia divulgue seu próprio vídeo, algo que os manifestantes vêm exigido desde a morte de Scott, na terça-feira. Scott

Imagens divulgadas pela polícia mostram o que seria uma arma perto de Scott, enquanto um quadro da imagem da mulher não msotra qualquer objeto do tipo.

Na quinta-feira, a polícia aceitou mostrar aos pais as imagens de Scott sendo morto. A prefeita reforçou o apelo pela divulgação do vídeo:

? Gostaria que o vídeo fosse tornado público ? declarou nesta sexta-feira a prefeita de Charlotte, Jennifer Roberts, falando à CNN, destacando, no entanto, que não tem autoridade para exigir que isso seja feito. ? Queremos nos assegurar, por exemplo, de que não modifiquemos o ponto de vista das testemunhas sobre o que se passou. Temos um passado de desigualdades raciais. E trabalhamos duro nesta cidade para sanar essa brecha.

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