BEIRUTE ? Cerca de 75 mil refugiados estão presos no deserto, na fronteira entre a Jordânia e a Síria, sem receber ajuda humanitária, denunciou a Anistia Internacional (AI) em um comunicado. A ONG apelou à Jordânia para permitir a entrada imediata dos deslocados ao país.
De acordo com a AI, apenas um carregamento humanitário chegou à área ? conhecida como berma ? no início de agosto, e nada mais foi recebido. A organização entrou em contato com alguns dos refugiados, que descreveram um cenário dramático.
Segundo Abu Mohamed, falta comida e muitas pessoas morreram. Ele está há cinco meses em um acampamento na fronteira com a Jordânia, sem permissão de entrada.
? A situação na ?berma? oferece uma imagem dura das consequências do lamentável fracasso do mundo na hora de compartilhar a responsabilidade da crise global dos refugiados. O efeito multiplicador desse fracasso tem sido que muitos vizinhos da Síria fecharam suas fronteiras aos refugiados ? lamentou Tirana Hassan, diretora do Programa de Resposta à Crise da AI.
A ONG se queixou que as autoridades da Jordânia bloquearam a entrada de ajuda humanitária e não autorizaram o acesso dos refugiados ao reino.
A chegada de ajuda na ?berma? era limitada anteriormente, mas praticamente cessou por completo quando a Jordânia fechou as passagens de Rukban e Hadalat, após uma ataque em 21 de julho em que morreram sete guardas fronteiriços.
De acordo com o último balanço do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), mais de 300 mil pessoas já morreram na guerra síria, iniciada em março de 2011.