Cascavel – A confirmação da primeira morte por H1N1 em Cascavel – uma criança de três anos que morreu na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Veneza no último dia 16 – acendeu o alerta para o perigo da doença.
De acordo com um pediatra que pediu para não ser identificado, a morte dessa criança e a da menina de cinco anos ocorrida na última segunda-feira (22) no Hospital São Lucas podem ter sido causadas por um novo subtipo da gripe. Isso porque ambas as crianças haviam sido vacinadas contra a gripe e não reagiram ao Tamiflu, evoluindo rapidamente a óbito.
Já o secretário de Saúde de Cascavel, Rubens Griep, afirma que o vírus identificado no óbito da semana passada é do subtipo H1N1 e que existem ciclos de maior ou menor virulência mas assegura esse é o subtipo identificado.
Questionado sobre a morte mesmo com a administração do Tamiflu, ele afirmou que “é prematuro afirmar baixa ação dos medicamentos mas com certeza as condições clínicas interferem neste processo. A Influenza, em todos os subtipos, apresenta ano após ano diferentes virulências que irão determinar a taxa de letalidade”, afirmou Rubens.
Sobre a possibilidade de o vírus estar resistente ao medicamento, o secretário não respondeu.
Outros casos
Além dessa morte já confirmada e da outra em análise, de acordo com a Vigilância Epidemiológica, existem outros três casos confirmados de H1N1 em Cascavel de pacientes que já receberam alta. Outros 13 ainda estão aguardando confirmação, inclusive mais uma criança de 4 anos que está internada no Hospital São Lucas.
No Paraná, até o último dia 17 haviam sido registradas cinco mortes. Duas em Curitiba; uma em São José dos Pinhais; uma em Foz do Iguaçu e uma em Paranavaí.
Até aquela data estavam confirmados apenas 11 casos de H1N1 em todo o Estado e outros 161 em investigação. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o número máximo semanal em investigação já chegou a 608 casos.
Vacinação
A médica Maria Fernanda Ferreira, da Vigilância Epidemiológica, alerta para a importância da imunização: “Mais uma vez nós reforçamos para que as pessoas que estão nos grupos prioritários procurem pela vacina. É uma forma de se proteger da doença e é um direito”.
Ela também pede para que sintomas de resfriado não sejam ignorados. “Assim que apresentar algum sintoma como febre e dor de garganta, por exemplo, busque atendimento médico. O quanto antes se iniciar o protocolo para a suspeita com o Tamiflu e o isolamento do paciente mais as chances de a doença não evoluir e não contaminar outras pessoas também”, complementa a médica.