Cotidiano

Caminhoneiros ameaçam cruzar os braços

Tarifas sobem dia 1º de dezembro; índice deve ficar perto de 4%

Cascavel – O consumidor paranaense precisa preparar o bolso para o tradicional aumento nas tarifas de pedágio em todo o Paraná. Os novos valores vão entrar em vigor dia 1º de dezembro. Conforme informações repassadas pelo DER (Departamento Estadual de Estradas e Rodagem), o percentual deste ano deve ficar em 4%, com base no acompanhamento feito mês a mês da tabela regida pela Fundação Getúlio Vargas.

A aplicação da revisão tarifária é baseada no índice da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Por ele, leva-se em conta uma série de conjuntos de índices. As concessionárias responsáveis pelos trechos calculam os investimentos em terraplenagem, pavimentação, índice da construção civil de rodovias pedagiadas que são administradas por seis concessionárias no Paraná, responsáveis por uma malha rodoviária de 2.500 quilômetros. O reajuste anual contratual estimado em 4% ficará acima da inflação do período, que foi de 2,7%, conforme o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Apesar de não ser novidade o aumento, os caminhoneiros não descartam a possibilidade de cruzar os braços em protesto contra a nova majoração dos valores.

O presidente do Sindicam/Oeste (Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Região Oeste do Paraná), Jeová Pereira, disse que falta representatividade política para defender os interesses dos paranaenses e do setor responsável pelo transporte das riquezas do Paraná. “O caminhoneiro já não suporta mais ter que pagar para trabalhar”, destacou. “A alternativa é cruzar os braços, ficar em casa e sonhar com o apoio e participação de todo a sociedade nesta luta”.

Falta de fiscalização

Conforme Jeová Pereira, o caminhoneiro não precisaria ficar preocupado se essa carga tarifária fosse custeada pelos embarcadores. “O problema é que não há fiscalização da ANTT (Agência Nacional de Transporte e Tráfego) para verificar o repasse do vale-pedágio ou importância em espécie para os caminhoneiros, obrigado a ter de tirar dinheiro do próprio bolso para custear as tarifas”.

Para ele, trata-se de mais um duro golpe na vida dos caminhoneiros paranaenses e de todo o Brasil: “O que não podemos é continuar dizendo amém sempre que o reajuste bate à porta”.

Na praça de pedágio em Cascavel, na BR-277, o valor cobrado por eixo é de R$ 10,30. Para carros o valor é de R$ 12,90 e motocicletas, R$ 6,10. De acordo com a Ecocataratas, o valor da tarifa ainda está em fase de formatação.