ORLANDO ? Filas virtuais são a mais recente evolução entre os esforços dos parques temáticos para eliminar o tempo de espera para as atrações. Ou, se a espera for um mal necessário, para melhorar a experiência de quem tem que passar um tempo esperando. A nova atração do Universal Orlando Resort, “Race Through New York Starring Jimmy Fallon”, que será inaugurado em 6 de abril, vai substituir o tradicional tempo de de espera em “fila indiana” por um lounge com sofás onde se ouve música no estilo quarteto de barbearia (vocal à capela) até a hora de entrar na atração. O brinquedo promete um passeio acelerado pelas ruas de Nova York passando pelos principais ícones da cidade.
Com o conceito de filas virtuais, a Universal pretende dar aos visitantes opções mais interessantes para explorar o parque ou assistir a atrações ao vivo em vez de se entediarem olhando para as costas de outra pessoa a centímetros de distância enquanto se avança passo a passo para a entrada d eum brinquedo.
– É um tipo de experimentação científica para todos nós – disse Jason Surrell, diretor criativo da Universal, sobre as esperas ‘com menos filas’ (ou ‘queue-less’, em inglês). Já sabemos por anos que esperar na fila é uma das maiores insatisfações de nossos visitantes.
O complexo Universal também está experimentando o conceito em outra atração. A partir de 25 de maio, quando o parque aquático Volcano Bay abrir suas portas em Orlando, visitantes usarão pulseiras que vão alertá-los sobre a hora de entrar nos brinquedos.
– Acho que isso representa o futuro do que vamos fazer em termos de entretenimento temático – disse Surrell – Eu costumo brincar que este é o primeiro passo em uma jornada que deverá nos levar a uma geração que sequer saberá o que terá sido uma fila de parque temático. Será como: “O que você quer dizer com esperar na fila? O que é isso, vovô?”
Dos passes expressos às pulseiras eletrônicas
Quase duas décadas atrás, esses esforços para melhorar as experiências em tempo de espera para as atrações foram concentrados em elaborados projetos de “pré-shows” que seguiam uma narrativa, como a fila de The Amazing Adventures of Spider-Man, que segue pelos bastidores de uma bem detalhada redação de jornal, o “Daily Bugle”.
Poucos anos depois, vieram os sistemas de FastPass e Express Pass nos parques Disney e Universal, respectivamente, em que as pessoas reservam horário para entrar no brinquedo. Mas estas reservas precisam ser feitas com antecedência, na maioria das vezes, e os visitantes só podem fazê-las em três atrações por dia.
Com essas duas novas atrações, a Universal estende o conceito da fila virtual enquanto oferece entretenimento durante a espera a todos os visitantes no parque, não apenas quem se planeja com antecedência.
– Todos estão tentanto fazer isso, trabalhando não apenas nos brinquedos, mas em como colocar o visitante dentro do brinquedo – disse Dennis Speigel, que lidera a empresa de consultoria de parques temáticos, International Theme Park Services – Universal está na dianteira agora.
A atração dedicada ao apresentador de TV Jimmy Fallon e o parque aquático têm diferentes abordagens de filas virtuais.
Na atração Jimmy Fallon, que abre no mês que vem, os visitantes vão entrar em uma área feita para parecer o lobby de um prédio do Rockefeller Center em Nova York. Em vez de eles estarem em fila, eles poderão explorar o ambiante para olahr as fotos e memorabilia de anfitriões do “Tonight Show” do passado e presente, observar clipes de TV com Steve Allen, Jack Paar, Johnny Carson, Jay Leno e o próprio Jimmy Fallon. Em um lance de escadas acima haverá um lounge com sofás meia dúzia de consoles com painés touch screen exibindo vídeod de “Tonight Show” e um palco. Os visitantes poderão circular por ali, carregar seus telefones ou conversar enquanto esperam. Eles também poderão dançar ou tirar fotos com um ator vestido como Hashtag the Panda – um personagem do show de Jimmy Fallon – ou ouvir uma performance de “The Ragtime Gals”, uma encarnação de um quarteto de barbearia que também é uma marca do programa de TV.
Os visitante serão avisados de que será a sua vez de ir ao brinquedo seja por uma mensagem para o app do celular ou de uma forma mais antiquada de esquema coordenado de cores. Esses visitantes que não tiverem o app ganharam um bilhete colorido e quando for a verz deles, as luzes na área de espera vão piscar com a cor e os cantores vão anúnciar a cor da vez.
O Universal Orlando Resort não divulgou detalhes sobre como as filas virtuais vão funcionar no Volcano Bay, além de dizer que uma pulseira chamada “TapuTapu” será distribuída aos visitantes. E as palavras “Ride now” vão piscar quando for a hora de entrarem em uma determinada atração.
Para Speigel, tecnologia e nossa crescente impaciência na espera estão direcionando essas mudanças rumo às filas virtuais.
A proliferação de aplicativos para telefones celulares, junto ao desenvolvimento de pulseiras eletrônicas, que emitem sinais de rádio, introduzidas pela Disney e capazes de detectar movimento, fizeram as filas virtuais tecnicamente possíveis. E a impaciência crescente do público as fez culturalmente imperativas.
– Ninguém quer ficar em filas. Queremos ser os primeiros – disse Speigel – É apenas a forma como a socidade está evoluindo.