Cotidiano

Brasileiros presenciaram atentado de Nice: 'Pessoas caíam no meio da rua'

nice88.jpg RIO ? Brasileiros presenciaram o ataque que fez pelo menos 78 mortos na cidade francesa de Nice na noite desta quinta-feira. Eles relatam o medo e o caos que se instalaram na festa em celebração ao Dia da Bastilha, que até então estava em um clima alegre com a tradicional queima de fogos, quando um caminhão avançou sobre a multidão propositadamente. AtentadoNice

Ao Jornal Nacional, a jornalista brasileira Tarima Nistal, que estava perto do local onde ocorreu o atropelamento coletivo, disse que tentou se abrigar na cozinha de um restaurante:

? Depois de 15 minutos que a gente estava no restaurante foi uma correria, todo mundo se atropelando. Todo mundo foi pra dentro da cozinha. Mesmo as pessoas que estavam chorando e começaram a fazer silêncio, aquele silêncio do tipo ?alguém está vindo?. A gente ficou meia hora na cozinha, e nessa meia hora teve outros alarmes falsos. De repente as pessoas começavam a correr duas, três vezes. Fiquei muito assustada, achando que eu ia morrer mesmo. Parece coisa de filme. Parece coisa de cinema. A gente espera o pior acontecer, a gente ali fechada espera que alguém vai abrir a porta e sair atirando. Era essa a sensação e agora continua essa sensação de desespero. Espero que isso passe.

O médico brasileiro Mauro Mattos estava com a família em Nice e também falou ao JN:

? Assim que acabou a queima de fogos de artifício, a gente começou a ouvir um barulho grande e algumas pessoas pulando do calçadão para a areia da praia. Logo apareceu um policial e mandou todos se abrigarem. Eu e a minha família ficamos uns 30 minutos nesse local junto com outras pessoas no restaurante, quando saímos em direção ao carro, tivemos que andar por essa avenida onde tinha tido o atentado e infelizmente havia dezenas de corpos espalhados. Muita gente fazendo atendimento, ambulâncias passando. A gente via o nervosismo, todo mundo correndo, uma situação extremamente difícil, ainda mais com crianças.

Em depoimento à rede BandNews, a brasileira Camila Lara afirmou que não chegou a ver o caminhão na avenida que estava fechada à circulação de veículos, mas ouviu o tiroteio que se seguiu ao atropelamento.

? Corremos sem saber o que estava acontecendo. As pessoas estavam correndo no meio da rua, caindo no meio da rua.

Em entrevista à GloboNews, o brasileiro Bernardo Martins, que mora em Paris e chegou ontem a Nice, estava em um bar no momento do ataque:

? Ouvimos um barulho e vimos a multidão correndo. Depois dos fogos, a multidão se dispersou. Logo depois, o gerente do bar pediu para todo mundo entrar.

As causas do ataque não foram definidas ainda, mas testemunhas afirmam que o motorista sabia o que estava fazendo. Ele teria acelerado propositadamente sobre a multidão e, em seguida, começado a atirar, segundo uma das testemunhas. Os atentados nos últimos quatro anos na França

O Ministério do Interior confirmou que o motorista do caminhão foi neutralizado no local. Agora, investigadores tentam descobrir se ele agiu sozinho ou não e procuram potenciais cúmplices. Até o momento, ninguém foi detido. Segundo a imprensa, várias armas, fuzis e granadas foram encontradas no interior do caminhão. Uma fonte disse ao jornal que estes são indícios de um ato terrorista premeditado.

O ataque atingiu uma multidão que se reuniu para participar da festa nacional da Queda da Bastilha e ver a queima de fogos no Passeio dos Ingleses, um local muito procurado por turistas, às margens do Mar Mediterrâneo.