Cotidiano

Brasil usa 3,2 trilhões de metros cúbicos todos os anos

Rio de Janeiro – A pesquisa Ceaa (Contas Econômicas Ambientais da Água), divulgada ontem no Rio de Janeiro, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revela que 3,2 milhões de hectômetros cúbicos de água, o equivalente a 3,2 trilhões de metros cúbicos, foram retirados do meio ambiente pelas atividades econômicas e famílias para distribuição e uso próprio em 2015. Um hectômetro cúbico corresponde a um milhão de metros cúbicos, enquanto um metro cúbico representa mil litros.

O estudo inédito foi feito em conjunto pelo IBGE, Ministério do Meio Ambiente e ANA (Agência Nacional de Águas), contou com apoio da Agência Internacional de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável e segue metodologia da ONU (Organização das Nações Unidas).

O levantamento mescla informações de fluxo físico e monetário do setor de água. O total de recursos hídricos renováveis no Brasil, isso é, toda a água disponível na superfície do território, era de 6,2 trilhões de metros cúbicos em 2015. Por habitante, isso equivale a 30,3 mil caixas de água de mil litros. Em 2013, o total de recursos hídricos era de 7,4 trilhões de metros cúbicos e, em 2014, de 7,6 trilhões de metros cúbicos.

A atividade econômica que mais contribuiu em 2015 para o volume total de água retirada foi eletricidade e gás, com participação de 97,3%, em função da operação das hidrelétricas brasileiras.

Michel Lapip destacou, entretanto, que esse setor se caracteriza pelo uso não consuntivo, em que a água é retirada de um rio e retorna na mesma qualidade e quantidade. “O consumo dele é ínfimo”.

Já o consumo total de água, correspondente ao volume de água utilizada menos a água que volta para o meio ambiente, somou 30,6 bilhões de metros cúbicos em 2015, o que significa que empresas e famílias consomem apenas 0,5% dos recursos hídricos.